Depois das fintechs, as edtechs avançam em Rio Preto

Unindo educação e tecnologia, as edtechs são startups que buscam promover o conhecimento a partir de plataformas digitais

Unindo educação e tecnologia, as edtechs são startups que buscam promover o conhecimento a partir de plataformas digitais

Em pleno século XXI, na era tecnológica, inovação é a palavra-chave para quem quer se destacar no mercado. Depois do boom das fintechs – empresas na área de tecnologia que apresentam soluções no setor financeiro, como Nubank, Banco Inter e Neon – outro setor está em expansão: as edtechs. Essas são empresas também na área de tecnologia, mas voltadas para a educação. Especialistas apontam que as edtechs são as novas ‘queridinhas’ do mercado.

O psicólogo e pedagogo e orientador de carreira e mentor Luiz Fernando Garcia, explica que as edtechs são empresas voltadas para educação com proposta do uso de tecnologia como fator de aceleração dos processos, de construção de conteúdo, de ensino à distância, de produção de bancos de pesquisa a outros recursos de ensino que se apoiam em tecnologia como elemento para facilitar o acesso a aprendizagem. Segundo ele, a educação já passa por uma revolução no âmbito familiar, os pais já se utilizam de recursos tecnológicos na relação com os filhos. Além disso, no ambiente da escolarização essa expansão está sendo mais notada. “Isso acontece pela utilização no desenvolvimento de conteúdo, na definição e agilização de processos e indica tendências de influenciar amplamente no ambiente de salas de aula com novos métodos e interferindo com processos que permitirão maior autonomia no que se refere a aprendizagem escolar, inclusive com propostas de utilização da realidade virtual como preparação para a prática do conhecimento”.

Em Rio Preto, entre as empresas que atuam nesse setor está a Didáctica, que desenvolve soluções em educação corporativa e profissionalizante. A empresa oferece desde o desenvolvimento do conteúdo até a transformação do conhecimento em variados meios didáticos, com soluções analógicas e digitais, como apostilas, guias, e-learning, e-books, podcasts, videoaulas e o que mais for necessário.

“Consideramos a Didáctica uma edtech, pois mesmo oferecendo soluções ‘analógicas’, como um livro didático, trabalhamos muito com propostas educacionais híbridas, onde um livro impresso ‘chama’ vídeos e/ou enquetes digitais, por meio de QR Code ou realidade aumentada”, explica o diretor de negócios da empresa, Gustavo Pierini.

Segundo Gustavo, o uso da tecnologia na educação é um reflexo do cotidiano. Não é mais questão de opção. Em uma mera apresentação de slides, é possível atrelar diversos recursos tecnológicos para promover um maior engajamento dos treinandos e, até mesmo, uma mensuração do aprendizado de forma mais dinâmica.

“É possível, inclusive, medir o nível de conhecimento sobre um determinado produto ou processo e ainda oferecer treinamentos adequados ao tipo de público, aos variados perfis de aluno e por aí vai, sempre procurando garantir um maior engajamento e, por consequência, um desenvolvimento profissional das equipes e um exponencial crescimento dos resultados da empresa”, diz ele.

Outra empresa de Rio Preto que se encaixa no setor das edtechs é a iLabora. Robson Carlos de Castro, um dos sócios do negócio, explica que, após 25 anos dando aulas de inglês para executivos, sentiu a necessidade de expandir seu conhecimento. E foi através da internet que ele conseguiu levar essa ideia adiante. Tudo começou quando ele descobriu o gravador de tela. Após fazer um curso na universidade Harvard, dos Estados Unidos, conseguiu incluir as técnicas de ensino a distância (EAD) em suas aulas.

Junto a um sócio, a plataforma foi criada e hoje conta com 20 cursos diferentes e voltada para as franquias. “Optamos por um nicho, que é a parte de franquias. Quando levantamos a preocupação de controle sobre o que estava acontecendo, a ideia se aprofundou. A franqueadora vai conseguir acompanhar todo o desenvolvimento e o envolvimento do franqueado, além de poder medir isso através da plataforma. Hoje conseguimos criar um ambiente e, com a nossa estrutura, ajudamos a montar os cursos e temos relatórios tanto já padrões quanto personalizados”, conta Robson.

Expansão em Rio Preto

Luiz Fernando Garcia analisa que, apesar de ser um setor em expansão natural, ainda não é perceptível, o ambiente ainda é considerado reativo. “Começa a investir e utilizar novos métodos a partir de demanda e isso é lento até no ambiente da iniciativa privada e como o sistema educacional está vinculado ao setor de serviços públicos, isso pode indicar que apesar da expansão rápida em pesquisas e propostas de revolução para esse setor a aplicação efetiva não indica a mesma velocidade, indica lentidão”, finaliza.

Para Gustavo, da Didáctica, esse é um setor em franca expansão no mundo todo. “Em Rio Preto há ótimas empresas no mercado da educação. Pretendemos manter a sede na cidade, mesmo atendendo todo o país e até alguns outros países. Por isso, estamos de portas abertas para promover a troca de experiências e incentivar novas empresas que queiram adentrar nesse mercado e fomentar as edtechs”, afirma.

Robson, um dos sócios da iLabora, afirma que o mercado está crescendo, mas ainda há muitas barreiras encontradas pelo caminho. “Em alguns casos, o cliente contrata a plataforma, mas não consegue gerar o conteúdo, ainda é limitado a acreditar mais no físico, no presencial, mas acho que vai mudar muito”, finaliza.

FONTE:  DIÁRIO DA REGIÃO