Casa pronta em 1 dia: conheça a técnica de impressão em 3D

A construção é de baixo custo e muito resistente, por usar argamassa. Técnica será aplicada em projeto de habitação social em El Salvador.

A técnica de impressão em 3D tem evoluído a cada ano. Para se ter uma ideia, recentemente uma casa foi construída com a tecnologia em Austin, no Texas, Estados Unidos. Aliás, a moradia é erguida em 24 horas e a parte impressa custa apenas US$ 4 mil (ou R$ 14,8 mil)! A empresa fabricante quer fazer as residências em projetos humanitários em países pobres. Veja como funciona:

https://www.youtube.com/watch?v=nH-zpnoNLEU

A construtora é a startup Icon, em parceria com a organização sem fins lucrativos New Story. Aliás, a ONG já promove há algum tempo habitação para famílias necessitadas por meio de doações de terceiros. No contrato com a Icon, ainda agrega uma nova tecnologia ao processo: a impressão em três dimensões.

No Texas, foi construído o protótipo que será replicado em projeto em El Salvador, país da América Central. E a ferramenta utilizada é a impressora 3D Vulcan. Veja a Vulcan em ação neste vídeo. E a revolução que ela representa na construção de residências:

Argamassa em vez de plástico

A Vulcan é semelhante às impressoras 3D para residências, escritórios e pequenos negócios. No entanto, as diferenças estão no tamanho (ela pesa uma tonelada) e no material utilizado como matéria prima: em vez de plásticos, o equipamento usa argamassa.

A impressora constrói as paredes com argamassa, camada sobre camada. Tem largura de 6,9 metros, altura de 3,3 metros e comprimento adaptável, de acordo com a dimensão da construção.

O bico injetor de argamassa corre ao longo de trilhos enquanto vai depositando as camadas. Cada uma tem 7,6 cm de altura e 10,1 cm de largura – essa é a largura das paredes.

Assim, a Vulcan ergue uma casa com área entre 55 a 74 metros quadrados em 24 horas de trabalho. Mais um dia ou dois são necessários para a finalização e acabamentos: portas, janelas, telhados, encanamento, instalação elétrica e pintura. Essa parte final tem custo à parte, variável de acordo com os materiais utilizados.

A casa do Texas, que será reproduzida em El Salvador, tem sala, quarto, banheiro e uma varanda em curva. Com 74 metros quadrados, é bem maior que todos os outros protótipos de casas feitas com impressoras 3D. Aliás, a moradia tem praticamente a área de um apartamento médio da cidade de São Paulo ou até de Nova York.

Todas as experiências anteriores com casas impressas utilizavam o plástico, com resultados insatisfatórios. Dessa forma, os prédios tinham de ser construídos em uma fábrica e depois transportados ao seu local definitivo. Porém, a Vulcan quebrou um paradigma ao utilizar a argamassa. Isso é uma garantia de solidez que o plástico não consegue oferecer.

Baixo consumo energético

Como a Vulcan ergue a casa já no seu terreno, é mais fácil e prático transportar  uma impressora 3D desmontada do que uma casa pronta inteira.

Ao contrário do que acontece na construção tradicional, erguer uma casa com a Vulcan praticamente não deixa resíduos. Aliás, tem baixo consumo energético, operando apenas com quatro pequenos motores. Usar motores de baixa potência é fundamental nas redes elétricas instáveis dos países em desenvolvimento.

A argamassa de concreto da Vulcan é mais resistente que materiais como madeira compensada, comum em construções de baixo custo. Além disso, o concreto é barato e suporta variações de temperatura. El Salvador receberá 100 casas impressas já em 2019. Alta velocidade e baixo custo devem levar a construção civil cada vez mais no rumo da impressão em 3D.

A estrutura da Vulcan: simples mas eficaz

Em outros planetas

A Vulcan, e máquinas que surgirão depois dela, têm a capacidade de operar em qualquer terreno. Alias, funcionam mesmo com restrições no abastecimento de energia elétrica e água.

Como a matéria prima pode ser apenas areia e água, a Icon pensa muito grande. A empresa entrou em concurso da NASA para projetos de equipamentos capazes de construir em outros planetas, utilizando materiais nativos. As impressoras 3D podem ser perfeitas para a tarefa, já que não necessitam de oxigênio.

Projeto brasileiro

O Brasil não está parado no campo da impressão de casas em 3D. Existem vários projetos. Um deles é o da empresária Anielle Guedes. Ela criou em 2015 a Urban 3D, uma startup que quer aprimorar os processos da construção civil usando impressão 3D.

A paulistana de apenas 25 anos estudou no conceituado MIT (Massachussets Institute of Technology). Hoje se dedica à Urban 3D e a seu projeto de moradia inclusiva, buscando investidores que a apoiem. Você pode saber mais sobre Anielle e a Urban 3D lendo esta matéria.

Este texto foi útil? Você acha que a impressão 3D vai mesmo revolucionar a construção civil? E poderá até ajudar na solução do problema de falta de moradias dignas? O certo é que as tecnologias se integram cada vez mais às nossas vidas. Aproveite e leia nosso artigo sobre astiny houses, casas pequenas, mas muito tecnológicas.

FONTE:  VIVO TECH