Duas empresas e uma meta: investir R$ 1 bilhão em energia solar em áreas rurais

AgroForte e Revo firmaram parceria que prevê a instalação de duas mil usinas solares em propriedades de avicultores integrados.

A agfintech AgroForte e a Revo Energia firmaram uma parceria que prevê investimentos de R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos para a instalação de duas mil usinas solares em propriedades rurais de avicultores integrados. O modelo permite ao produtor simular e contratar o serviço por aplicativo e com descontos de 15% a 30%, com prazo de pagamento entre oito e 15 anos.

No momento, 15 avicultores do Paraná e de Minas Gerais participam de uma fase-piloto da iniciativa. Em média, as operações movimentam entre R$ 350 mil e R$ 400 mil, mas a parceria pode atender também produtores que têm só um galpão aviário. Cerca de R$ 100 milhões já estão disponíveis para as primeiras contratações.

“O maior ofensor dos custos do avicultor no Brasil é a energia, com impacto significativo na renda do produtor rural”, diz o CEO da AgroForte, Felipe D’Ávila.

“Além da economia para o avicultor, queremos contribuir para a geração de energia limpa no campo. Com esse novo formato, garantimos margem para que o produtor rural invista na produção agropecuária, fechando um ciclo sustentável”.

Os recursos sairão de um fundo norte-americano, sócio da Revo Energia, e a distribuição ocorrerá na infraestrutura da AgroForte, totalmente digital. A operação funciona como um leasing, em que o produtor paga um “aluguel” dos equipamentos até a conclusão do contrato, quando passa a ser dono das placas, sem custo adicional.

Segundo as empresas, a redução da conta de energia ocorrerá assim que as usinas estiverem em pleno funcionamento. Esse modelo difere do tradicional, em que só se percebe a diminuição de custo seis anos após a instalação das placas fotovoltaicas, quando parte relevante do financiamento já está quitada.

A economia é possível graças a uma avaliação da real necessidade de energia da propriedade, que passará a ser atendida integralmente pela geração dos painéis solares. A parcela de “arrendamento” dos equipamentos é definida com base no consumo que o produtor tinha até então. “Se ele pagava R$ 10 mil de conta de energia por mês, o financiamento será menor que isso. Assim, ele sentirá o impacto no bolso imediatamente”, afirmou.

Redução de custos

A estimativa é que, ao longo da vida útil da usina, estimada em 30 anos, os avicultores consigam economizar até 45% do que gastam hoje com as suas distribuidoras de energia. Segundo o empresário, 20 mil avicultores já têm crédito pré-aprovado com a agfintech para a instalação das placas solares. Por isso, diz, a previsão de instalar duas mil usinas é “conservadora”.

A parceria conta com fornecedores estrangeiros que produzem equipamentos de alta tecnologia. Desde a instalação, uma equipe técnica fica à disposição do contratante, segundo o diretor financeiro da Revo Energia, João Vazquez. A empresa é parceira da HDT, representante da Huawei no Brasil. O modelo dá mais segurança e confiabilidade para o negócio, afirma as empresas, já que, segundo elas, o índice de fechamento de revendas de painéis solares no Brasil é alto.

“O produtor estava financiando esses investimentos e tendo problemas, o que também é uma preocupação para a integradora”, ressaltou D’Ávila. A agroindústria tem um papel importante no modelo de financiamento da AgroForte.

O pagamento das parcelas ocorre por meio da retenção dos recursos ou abatimento feito diretamente no lote do avicultor integrado, casado com o fluxo de caixa do avicultor e das entregas de aves feitas por ele. Agroforte e Revo têm expectativa de levar a linha para outros segmentos, como suinocultura e pecuária leiteira.

FONTE:

https://globorural.globo.com/agtech/noticia/2023/08/duas-empresas-e-uma-meta-investir-r-1-bilhao-em-energia-solar-em-areas-rurais.ghtml