Startup fatura milhões facilitando o dia a dia financeiro de MEIs

A MaisMei reúne em um aplicativo todas as etapas da abertura e manutenção do CNPJ, além de conectar os usuários a instituições financeiras e softwares de gestão.

Tiago Vicente, Mateus Vicente e Uelen Paulo, fundadores e sócios da MaisMei Divulgação

Quando o primeiro trimestre do ano se inicia, a plataforma MaisMei começa a registrar um aumento na procura e no faturamento. Criada por Mateus Vicente, Tiago Vicente e Uelen Paulo, em 2020, a startup auxilia microempreendedores individuais (MEI) a regularizar suas empresas, pagar as contribuições mensais e realizar a declaração anual. Prestando esses serviços, a startup faturou em torno de R$ 9 milhões em 2022.

Além de ajudar os microempreendedores a resolver burocracias do negócio, o app os conecta a outras empresas que oferecem serviços focados nesse público, como instituições financeiras. “O MEI não é obrigado a ter um contador, mas é um público desamparado. Tem quem não saiba mexer porque cada etapa é feita em um site e não tem ninguém para ajudar. O nosso grande diferencial é unificar tudo em um só aplicativo”, explica Mateus, cofundador e CEO da startup.

O empreendedor sempre trabalhou na área de tecnologia como programador. A ideia para o aplicativo veio do seu irmão, Tiago Vicente, que já era dono da Organize, empresa de gerenciamento e controle financeiro pessoal. Depois de expandir a solução para contas empresariais, ele decidiu oferecer o serviço para MEIs, em 2018. Para isso, criou um segundo aplicativo voltado especialmente a esse público.

O plano era usar a plataforma para captar leads e oferecer serviços da Organize quando as empresas crescessem e mudassem de regime. Na época, o aplicativo não funcionava bem e foi mal avaliado nas lojas virtuais, mas Tiago percebeu que havia interesse. “Ele viu que tinha uma oportunidade porque mesmo com uma estrela de nota, o aplicativo tinha 150 downloads diários”, recorda Mateus.

Tiago decidiu investir no negócio e chamou Mateus para cuidar da reformulação do aplicativo para melhorar a experiência dos usuários. Eles investiram R$ 6 mil e, em três meses, cuidaram do rebranding da marca e refizeram a programação da plataforma do zero, transformando-a na MaisMei.

A versão básica do aplicativo é gratuita e o usuário pode realizar a emissão das notas de contribuição mensal e fazer o pagamento dos boletos. Há também serviços que podem ser adquiridos a parte, como encerramento da empresa, declaração anual e regularização de status, a partir do pagamento avulso por atividade ou de um pacote que custa R$ 149 ao ano. “No primeiro mês que monetizamos o aplicativo, sem muito esforço, faturamos R$ 30 mil de forma orgânica”, afirma Mateus.

A startup já ultrapassou a marca de 1 milhão de clientes na base de usuários e, segundo o CEO, o crescimento gira em torno de 65 mil usuários por mês. Na App Store, o MaisMei aparece como segunda opção de aplicativo ao buscar por “MEI”, com mais de 28 mil avaliações e cinco estrelas, atrás do app oficial do governo – que permite apenas a emissão do documento de arrecadação do Simples Nacional (DAS).

O aplicativo da MaisMei também oferece uma área de parceiros, na qual são indicadas instituições financeiras, softwares de gestão e controle de estoque – atualmente, são em torno de 15 parceiros –, com valores mais atraentes para os microempreendedores individuais. A cada cadastro feito a partir do app, a startup recebe um comissionamento.

Recentemente, a MaisMei também fez uma parceria com o birô de crédito Boa Vista para permitir a consulta ao score pela plataforma da startup, somado com a oferta de crédito de diferentes players parceiros. “É um espelho do Brasil atual. As pessoas estão pedindo muitos empréstimos e procurando crédito. Fazíamos a ponte entre os usuários e os parceiros e poucos conseguiam crédito, havia muita negativa. Quisemos tirar a frustração do usuário e ajudar as empresas a emprestar dinheiro também”, pontua.

Para o futuro, o objetivo é acrescentar cada vez mais recursos financeiros à plataforma, como gerenciamento de entradas e saídas de contas e despesas. Ele não descarta a possibilidade de a startup ser adquirida por uma empresa maior no futuro – em 2019, a concorrente MEI Fácil foi comprada pelo banco Neon –, acrescentando que conversas sobre M&A já aconteceram, mas não avançaram. “Estamos abertos, ninguém escapa de uma boa proposta, mas não estamos atrás disso”, finaliza.

FONTE: https://revistapegn.globo.com/startups/noticia/2023/01/startup-fatura-milhoes-facilitando-o-dia-a-dia-financeiro-de-meis.ghtml