Qred sobe a régua do crédito e começa a captar para novo FIDC

Fintech de empréstimos focada em PMEs pretende levantar R$ 30 milhões para segundo fundo.

Rômulo Pereira, CEO da Qred: ano começou com instabilidade durante transição de governo, mas cenário melhorou — Foto: Foto: divulgação

A Qred, fintech de crédito especializada em concessão para pequenos e médios negócios, deu início à captação para um novo FIDC, o segundo da instituição sueca no mercado brasileiro, no qual atua há três anos. A expectativa da companhia é levantar cerca de R$ 30 milhões até o final do terceiro trimestre, montante que daria fôlego para aumentar as originações mensais em 20%, alcançando um ritmo de R$ 5 milhões e R$ 7 milhões até o fim do ano que vem. A Nau Capital, que tem José Luiz Acar como sócio, é o agente mandatado para fazer a captação.

O aumento das concessões virá acompanhado de uma maior seletividade da fintech. Quando começou a rodar o primeiro FIDC, após levantar um total de R$ 48 milhões, a Qred atraiu uma quantidade significativa de MEIs entre os clientes. A ideia, agora, é subir esse patamar e focar mais nas pequenas e médias, elevando o tíquete médio dos empréstimos de R$ 27 mil para R$ 100 mil. Hoje, a Qred tem uma carteira de R$ 25 milhões.

“Percebemos que estávamos com clientes muito pequenos, que tinham um comportamento mais de pessoa física do que de PJ. A carteira estava pulverizada, mas muito arriscada”, afirma o CEO da Qred, Romulo Pereira, ex-Votorantim, Gympass e iugu. “Agora, vamos entrar de cabeça nas PMEs, mais até para o P do que para o M.”

O ajuste no modelo de crédito se deve não apenas à maturação da Qred no Brasil, que passou a ter um histórico maior para tomar como base para fazer correções de rota, mas também à conjuntura macroeconômica. Desde que chegou ao mercado brasileiro, a Selic saiu de 2% para 13,75%, elevando o risco e a inadimplência.

A fintech não revela dados de atrasos, porque considera que a carteira ainda é jovem e tem números que destoam do mercado, mas diz que há uma melhora nos índices de cobrança e uma estabilização no volume de provisões contra calotes. “O ano começou com uma transição de governo que trazia instabilidades, mas agora vemos um potencial de melhora bastante grande”, diz Pereira, que estima que a Qred pode atingir o breakeven em um período de 12 meses.

O executivo afirma que a Qred não tem uma preferência por um ramo específico da economia para conceder empréstimos, mas ressalta que, como a fintech trabalha com crédito sem garantia, o varejo acaba sendo um segmento que tem uma composição maior na carteira. “É um setor que precisa muito de capital de giro e que a gente conhece melhor”, afirma.

FONTE:

https://pipelinevalor.globo.com/startups/noticia/qred-sobe-a-regua-do-credito-e-comeca-a-captar-para-novo-fidc.ghtml