Para potencializar inovação, O Boticário investiu 6 vezes mais em tecnologia em 3 anos

Segundo Daniel Knopfholz, CTO do grupo, equipe focada em soluções tecnológicas passou de 200 para 2,3 mil pessoas desde que ele assumiu o cargo há quatro anos.

Daniel Knopfholz, chief technology officer do Grupo Boticário — Foto: Divulgação

Pessoas tecnológicas e tecnologia humanizada é o mantra de Daniel Knopfholz, Chief Technology Officer do Grupo Boticário, e é o lema que tem levado a companhia a mudar a mentalidade acerca de inovação e investir mais em soluções com base tecnológica nos últimos anos. Desde que o executivo assumiu, há quatro anos, o número de colaboradores focados em tecnologia passou de 200 para 2.300. Em três anos, a empresa aumentou em seis vezes o investimento na área.

“Sou uma pessoa de business que veio para cuidar de tecnologia. A área é normalmente vista como um departamento que serve para cortar custos e fazer projetos. Mas não pode ser assim. Se você quer criar grandes experiências, precisa ver tecnologia como um investimento”, diz o executivo, que conversou com Época NEGÓCIOS durante o Web Summit Rio, que acontece até esta quinta-feira (4), no RioCentro.

O Web Summit Rio tem apoio da Invest.Rio | Prefeitura do Rio de Janeiro e do Senac RJ que, junto do Sebrae, também apresentam a divulgação e cobertura do evento na Editora Globo, por meio do jornal O GLOBO, do Valor Econômico, da Época Negócios e da Rádio CBN.

De acordo com Knopfholz, o grupo fez o movimento contrário de muitas empresas: em vez de terceirizar, O Boticário internalizou todos os processos tecnológicos que tivessem a ver com o core do negócio ou com a experiência do consumidor. “Com a busca por inovação, mudamos também a gestão para um modelo matricial, em que grupos trabalham por produto olhando para a jornada do cliente. É o que as big techs fazem”, afirma. Somam-se ao combo inovativo um laboratório de provas de conceito e uma aceleradora de startups.

A resolução de problemas está no cerne das soluções criadas independentemente da tecnologia utilizada. “Não é sobre a tecnologia nova e sim como ela vai ajudar a resolver nossos problemas. Há uma espécie de FOMO [fear of missing out] pelo hype”, afirma ele, brincando que a empresa passou “ilesa” pela moda do metaverso. “Claro que discutimos a respeito, mas não entramos na moda de cara.”

Segundo ele, o varejo de beleza pode se beneficiar muito de tecnologias, como a inteligência artificial — tema abordado por ele no painel “Generative AI: Where to After the Hype?”, ao lado dos fundadores Sarah Al-Hussaini, da britânica Ultimate, e Don Muir, da norte-americana Arc. Como perspectiva para o futuro, diz que não espera um momento de grande epifania no que diz respeito a tendências. “As pessoas vão continuar querendo produtos que funcionem para elas, conteúdos feitos para elas. Elas querem cada vez mais ir a uma loja para ter experiências incríveis, mas sem gastar tempo com burocracias. E vão continuar querendo o contato humano.”

FONTE: https://epocanegocios.globo.com/especiais/web-summit/noticia/2023/05/para-potencializar-inovacao-o-boticario-investiu-6-vezes-mais-em-tecnologia-em-3-anos.ghtml