ONG Mangalô, com ajuda de voluntários, constrói escola com 2,5 milhões de embalagens plásticas

Uma iniciativa da ONG Mangalô, com o apoio de 600 voluntários locais permitiu a construção de uma escola 100% sustentável na periferia de São Paulo, para atender crianças das famílias de baixa renda. Toda a composição do edifício, da fundação ao teto, foi construída a partir de embalagens que seriam destinadas a aterros, lixões e até mesmo os oceanos.

Para isso, foram recolhidas 2,5 milhões de embalagens plásticas e caixas longa vida Tetra Pak em torno das comunidades Morro do Sabão, Parque das Flores, Jardim Santo André, Comunidade do Rodoanel e Jardim São Francisco, que têm juntas um total de 150 mil habitantes. A estrutura da escola foi feita no sistema Wood Frame, e as paredes, piso e teto foram revestido com chapas e telhas de polialumínio e tubo de pasta de dente.

No processo de reciclagem as embalagens cartonadas Tetra Pak, uma máquina de polpação separa o papel do polialumínio, as películas plásticas de polietileno e alumínio. A polpa de celulose extraída é transformada em papel reciclado e o polialumínio é triturado e prensando à quente para virar chapas e telhas. Já o tubo de pasta de dente é triturado, lavado, secado e depois prensado à quente no formato de chapas.

A escola tem capacidade para atender 100 crianças e terá ensino bilíngue e sistema educacional montessoriano, o mesmo utilizado nos países que estão no topo do ranking de desenvolvimento educacional e humano. Tudo isso será acessível para famílias de baixa renda.

“A construção dessa plataforma educacional é a realização de um grande sonho. Sonho de mudar a realidade do nosso país através de uma educação de qualidade, eficiente, inovadora e transformadora”, disse Fernando Teles, fundador e CEO da Mangalô, que inclusive vem da periferia.

“Sei o quanto precisam, afinal, eu sou cria da comunidade, nasci e fui criado em um cortiço na periferia e sempre estudei em escola pública da quebrada. E conseguir unir isso tudo à sustentabilidade ambiental é muito inovador”, disse.

O método adotado pela escola é baseado no modelo de uma estudiosa italiana que foca a educação no desenvolvimento integral da criança a partir do estímulo para a criatividade, as formas de aprendizagem independentes e correlacionadas com o meio da criança, respeitando o seu tempo, o seu ritmo, entre muitas outras características.

Casas populares feitas de plástico reciclado

Outro projeto da Mangalô é o EcoLar, um negócio social que atua trazendo soluções inovadoras e sustentáveis na área da habitação. Construir casas ecológicas para famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social/habitacional. Além de uma enorme contribuição com o meio ambiente. Cada EcoLar construído, cerca de 150 mil embalagens (caixas longa vida e/ou tudo de pasta de dente) deixam de poluir o meio ambiente. Impacto social + impacto ambiental.

Como funciona? 

​Vendo o potencial de transformação dessas famílias, a Mangalô criou uma forma de facilitar o acesso a moradia, com custos mais baixos e facilidade de pagamento. Toda família interessada passa por um processo de pesquisa e planejamento financeiro, criando um projeto que cabe no orçamento familiar.

Há uma margem pequena de faturamento em cima do preço de custo, margem que a ONG chama de “receita excessiva”, que direcionam para a manutenção, o desenvolvimento e a ampliação do EcoLar. Para participar basta ser um voluntário(a), um investidor financeiro ou uma empresa parceira.

FONTE: https://www.stylourbano.com.br/ong-mangalo-com-ajuda-de-voluntarios-constroi-escola-com-25-milhoes-de-embalagens-plasticas/