Oferta privada de dívida vai financiar novos projetos de geração distribuída da energytech.
Henrique Campos e Gustavo Ayala, fundadores da Bolt Energy — Foto: Germano Lüders/Divulgação
Com faturamento anual já superior a R$ 1 bilhão, a Bolt Energy tem energia para mais. Para atender à crescente demanda por projetos de geração distribuída (GD), a startup acaba de captar mais R$ 6 milhões com pessoas físicas em operação estruturada pelo Mercado Bitcoin, por meio da MB Corporate. Ao todo, a plataforma já captou mais de R$ 18 milhões para a energytech junto a pequenos investidores.
O recurso foi levantado por meio do chamado “token de renda fixa”, um instrumento que permite a captação mais ágil e eficiente de dívida junto a pessoas físicas. O produto, distribuído em apenas 30 dias, tem prazo de 18 meses, e permite investimentos a partir de R$ 100. A emissão foi finalizada em 9 de abril.
Com a tecnologia de blockchain, os tokens alcançam até três vezes mais eficiência (ou agilidade) do que captações semelhantes no mercado tradicional, como a emissão de uma debênture em um banco, por exemplo. “O custo de captação é muito menor para qualquer porte de empresa”, diz Reinaldo Rabelo, CEO do MB.
Não é a primeira vez que as duas empresas trabalham juntas. Desde 2012 o MB tem levantado capital para que a Bolt possa construir novos projetos de GD. Tampouco é a única experiência do MB com o setor: no segmento de energia, a plataforma já tokenizou R$ 39 milhões em captações.
A Bolt hoje atua com mais força em Minas Gerais, mas está presente em oito estados brasileiros, no Nordeste, Centro-Oeste e Sul do país. Alguns projetos incluem parcerias com a CPFL Paulista e a Copel, no Paraná. O desafio é seguir implantando a rede de produção de energia (solar, principalmente) e avançar mais em estados mais resistentes ao modelo, como no Mato Grosso.
Captações como essa têm sido uma estratégia de atrair mais atenção para o negócio, aliás. “A gente emitiu um token para captar não só o recurso financeiro, mas para capturar o cliente”, explica Gustavo Ayala, CEO da Bolt Energy. “Um grande diferencial aqui é a segurança jurídica. Nossos parceiros têm uma estrutura e uma voz importante nesse segmento de cripto, trabalham em parceria com a CVM e as autoridades, o que também deixa a gente tranquilo para fazer esse tipo de operação.”
A Bolt e o MB vêm estudando lançar um modelo de assinatura, também via ativo tokenizado, que vai permitir a contratação de energia “pré-paga” mediante descontos. O formato da operação ainda não foi totalmente estabelecido, mas a operação atual e a velocidade com que foi distribuída, na visão dos parceiros, dá uma ideia da demanda.
FONTE:
https://pipelinevalor.globo.com/startups/noticia/bolt-energy-capta-mais-r-6-mi-em-operacao-tokenizada-pelo-mb.ghtml