Dinheiro ainda é principal forma de pagamento utilizada em transportes, mas meios digitais avançam

Estudo da IDC, encomendado pelo PayPal, revela que maioria dos brasileiros ainda usa dinheiro vivo para controlar melhor as finanças pessoais

O setor da mobilidade urbana representa um mercado vasto (Foto: Thinkstock)

A adoção de novas formas de mobilidade urbana tem crescido em todo o Brasil, mas o dinheiro ainda é a principal forma de pagamento, segundo pesquisa do IDC, encomendada pelo PayPal para analisar o uso dos serviços no Brasil e no México. Segundo o estudo, 100% dos consumidores brasileiros usaram algum tipo de aplicativo de compartilhamento de corrida nos últimos 90 dias, e 69% pagaram as corridas com dinheiro.

A pesquisa foi feita com 625 consumidores dos dois países, das classes sociais de A a C.

A maioria dos usuários que paga em dinheiro afirma que faz isso para controlar melhor os gastos (77%). A segunda justificativa mais escolhida, com apenas 17%, foi não ter cartão de débito ou crédito. Segundo Reinaldo Sakis, gerente de pesquisa e consultoria do IDC na América Latina, o uso do dinheiro deve diminuir num futuro próximo. “A gente acredita que essa evolução será bastante rápida”, diz.

Ele cita que cerca de 45% dos brasileiros já possuem alguma forma de carteira digital, como o próprio PayPal. De acordo com Sakis, o Brasil tende a adotar tecnologias novas mais tardiamente que o México (o outro país da pesquisa), mas que a base de usuários cresce muito após a adoção.

Entre os motivos para pagar com cartão ou direto no aplicativo, a maioria dos respondentes afirmou que a escolha é uma questão de segurança (75%) e rapidez (67%). Metade dos consumidores relatou sair de casa sem dinheiro na carteira.

O atraso enfrentado nos sistemas de transporte público foi citado por 40% dos respondentes como um dos motivos para usar um aplicativo de mobilidade urbana. “Ao contrário do passado, hoje há opções,” afirma Sakis.

E elas não se resumem aos maiores apps de mobilidade, como Uber ou 99. Cerca de 25% da população alugou recentemente uma bicicleta ou patinete elétrico por aplicativo e mais da metade dos brasileiros tem dois ou três aplicativos de mobilidade urbana instalados em seu celular. A pesquisa mostra ainda que 50% ainda utilizam o táxi.

A quantidade maior de opções trouxe uma consequência inesperada, segundo Sakis. Quase 69% dos respondentes afirmaram que estão caminhando menos por conta dos novos meios de transportes disponíveis. Sakis aponta uma contradição no pensamento do usuário nesse aspecto: 60% também afirmaram que escolhem o método de transporte pensando no impacto em sua saúde.

FONTE: ÉPOCA NEGÓCIOS