Usando impressão 3D, startup transforma raízes, algas e insetos em comida

Thiago Palhares vai participar do Festival Futuros Possíveis, na Casa Firjan

Biscoito feito de inhame com polvilho, espinafre e farinha de grilo. Parece ruim? Para Thiago Palhares, especialista em comida feita com impressão 3D e criador da startup 3D Super Food, a resposta é não. “É muito saboroso”, afirma.

O empreendedor “imprime” os alimentos usando raízes botânicas fitoterápicas brasileiras, algas e insetos como matéria prima. Para isso, conta com a ajuda de três gastrônomos: Anete Ferreira, Alexandre Trajman e Marluce Carvalho.

Empreender com comida e impressão 3D não estava nos planos de Palhares até 2018. “Eu achava inútil a impressão de comida”, diz. Mas sua ideia mudou quando leu um estudo sobre os benefícios da comida do futuro: ajuda pacientes com problemas de deglutição e disfagia, e é mais uma ferramenta para a alimentação da sociedade. Se a ONU estiver certa ao estimar que o mundo terá 10 bilhões de habitantes até 2050, vai faltar comida no mundo —, e a impressão dela pode ser parte da solução.

Com investimento inicial de R$ 3 mil, o especialista criou a própria impressora 3D e aperfeiçoou o conhecimento. “Ao longo de um ano, pesquisei formas, texturas e testei receitas. Queria que a comida impressa tivesse um propósito além da otimização de tempo. O objetivo principal sempre foi ajudar as pessoas”, diz Palhares.

Meses depois, em fevereiro deste ano, o especialista apresentou seus produtos no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Fechou parceria com os gastrônomos, e segundo Palhares, foi um sucesso.

É sobre a comida do futuro que Palhares vai falar durante o Festival Futuros Possíveis, na Casa Firjan no Rio de Janeiro. Os biscoitos impressos serão distribuídos para os visitantes.

Cada biscoito demora cinco minutos para ficar pronto. “Ainda é um tempo longo, mas temos um protótipo que vai melhorar a velocidade”, diz o empreendedor. Depois eles são assados e servidos.

Objetivo
“Estou estruturando a startup. Depois do experimento na Casa Firjan, vou criar um plano de estratégia para entender aonde devo atacar”, afirma Palhares. Ele cogita a possibilidade de fechar parcerias com hospitais. “Pode ser útil para pacientes que precisam de um cardápio especial, como para controle de glicemia, por exemplo”, diz Palhares.

FONTE: ÉPOCA NEGÓCIOS