Como o iFood deixou de ser apenas delivery para se tornar um meio de pagamento

O iFood continua sendo uma plataforma de delivery, mas passou a oferecer serviços financeiros para se tornar ainda mais eficaz para os clientes, entregadores e restaurantes

Quando o iFood começou a operar, em 2011, os entregadores levavam, junto com o pedido, a máquina de cartões para o pagamento. Além de entregar a comida em tempo hábil, eles tinham que se preocupar com burocracias como as bandeiras de cartão aceitas, se havia papel na bobina e ainda voltar ao restaurante para devolvê-la.

 O iFood também tinha que lidar com um grande problema: a inadimplência de alguns restaurantes. Isso porque a fatia cobrada pela plataforma era somada (de acordo com o número de entregas realizadas) no final do mês e paga através de um boleto. A startup contornou esse problema fornecendo um novo método de pagamento, direto pelo aplicativo, no qual o iFood já retira sua parte e realiza o repasse aos restaurantes. Os papéis se inverteram, trazendo mais comodidade aos entregadores e usuários, além de diminuir a inadimplência.

“Aceitar crédito e repassar para os restaurantes foi um golaço, pois melhorou a questão logística de não precisar da maquininha. A mãe que está em uma reunião que nunca termina pode pedir o jantar do filho e pagar pelo celular”, contou Thomas Barth, CFO da Movile, holding do iFood, no Innovationpay da StartSe que acontece nesta quarta-feira (23).

E a empresa continua a avançar nos meios de pagamento. Agora, passou a aceitar QR Code, começando a atuar também nos pontos físicos dos restaurantes, não apenas na internet. E indo, mais além, a empresa começou a oferecer crédito para quem deseja abrir novos estabelecimentos.

“Quem quiser abrir um restaurante amanhã, por mais que tenha a renda comprovada, irá sofrer para conseguir crédito. Por exemplo: nós sabemos que, em São Paulo, na Zona Norte, tem gente querendo comprar comida tailandesa e não tem muitos restaurantes. Se tiver dois ou três ótimos, conseguimos financiar com a garantia que ele terá pedidos em uma loja nova – isso é algo que o banco não consegue oferecer”, explicou Barth.

Hoje, o que era um aplicativo de delivery de refeições também se tornou um meio de pagamento. E os serviços realizados não são apenas de empresas típicas financeiras, mas também das adquirentes – as famosas maquininhas. A companhia passou a oferecer as suas próprias, desenvolvidas de acordo com as necessidades de entregadores e restaurantes, para tornar sua cadeia de valor ainda mais eficaz.

FONTE: STARTSE