Com expansão de 40% ao ano e Ebitda positivo, Conta Azul diversifica negócios e aposta em conta PJ

Empresa pioneira no Brasil em ERPs para pequenas e médias empresas conseguiu manter equilíbrio financeiro durante o chamado inverno das startups. Agora, avança num segmento disputado por fintechs e bancões.

Uma das primeiras empresas de tecnologia do Brasil a criar um software de gestão financeira, o ERP, voltado à realidade das PMEs, a catarinense Conta Azul anuncia nesta quinta-feira, 21, uma evolução do seu modelo de negócios.

A partir de agora, os clientes da empresa terão acesso a uma conta bancária de pessoa jurídica dentro do próprio sistema ERP que é o carro-chefe da empresa desde a fundação, em 2012, em Joinville, no norte de Santa Catarina.

A novidade permitirá, por exemplo, que um cliente faça transações financeiras a clientes e fornecedores dentro da própria plataforma da Conta Azul, e não mais tendo que sair deste ambiente para resolver operações bancárias nos apps de internet banking de instituições financeiras.

A conta bancária PJ da Conta Azul, gratuita e sem anuidade, está sendo lançada oficialmente para os clientes hoje.

A história da empresa

A Conta Azul foi fundada há 12 anos pelos empreendedores Vinicius Roveda, José Carlos Sardagna e João Zaratine.

Na ocasião, a visão do trio era a de que o Brasil possui um contingente expressivo de empresas de pequeno e médio porte com modelos de negócio bastante promissores — nos cálculos da empresa, algo como 6 milhões de CNPJs.

O grupo de empresas tem gente muito capacitada à frente da operação, mas muitas dessas empresas morriam por dificuldade de fazer uma bom controle do fluxo de contas a pagar e a receber.

Por trás disso estava o fato de os softwares de gestão até então serem, em essência, voltados a empresas grandes. Por isso, com custos proibitivos para boa parte das PMEs.

De lá para cá, a Conta Azul expandiu o produto para outras frentes importantes de uma empresa.

Em 2018, lançou um módulo só para contadores. Até então, os clientes precisavam mandar os dados financeiros para o software utilizado pelo contador da empresa. Pouco tempo depois, criou módulos específicos para a gestão tributária e de folha de pagamentos de PMEs.

A aposta numa conta bancária PJ, uma demanda olhada no detalhe por fintechs e também pelos bancões, é vista por Roveda como um caminho natural para a ampliação do portfólio da Conta Azul.

“Serviços financeiros, tendo o ERP como ponto central de gestão, trazem uma sinergia incrível ao nosso negócio. Além da altíssima geração de receita adicional, percebemos que os níveis de retenção de clientes vêm melhorando a cada trimestre — o que significa mais valor entregue aos nossos clientes e um crescimento ainda mais sustentável”, diz Roveda.

“Construir o conceito de ter o banco nativo dentro do ERP significa elevar a automatização da rotina financeira a um nível jamais visto no Brasil.”

O crescimento e os aportes

Nos últimos anos, a Conta Azul cresceu em média 40% e manteve o EBITDA positivo nos últimos dois anos, justamente o período em que investidores do venture capital ficaram mais reticentes com startups acostumadas ao queima de caixa em nome do crescimento. O clima ruim até ganhou o apelido  de ‘inverno das startups’ e ainda não há sinais expressivos de ter terminado.

Com mais de 100.000 clientes utilizando o ERP da Conta Azul, em 2023 a empresa alcançou mais de 70 bilhões de erais em notas fiscais emitidas e 6 bilhões de reais em volume de transações processadas (TPV) pelo consumo de serviços financeiros.

“Esses números reforçam que a união de ERP com serviços financeiros é uma realidade que veio para ficar e, também, um passo a mais na nossa missão de ajudar empreendedores a terem mais tempo para focar no que realmente importa: o sucesso de seus negócios”, diz Roveda.

Em 2011, ainda em fase pré-operacional, a Conta Azul foi selecionada para o programa de aceleração de negócios da 500 Startups, um dos mais prestigiados do Vale de Silício, nos Estados Unidos.

Para além do aporte inicial em função de fazer parte do programa, no valor de 50.000 dólares, a empresa passou por outras quatro rodadas de captação de recursos entre 2012 e 2018.

Entre os investidores estão Monashees, Ribbit Capital, Tiger Global Management. Em 2023, a Conta Azul anunciou a integração de sua plataforma à do BTG Pactual Empresas, braço de PMEs do banco (do mesmo grupo de controle da EXAME).

FONTE: https://exame.com/negocios/com-expansao-de-40-ao-ano-e-ebitda-positivo-conta-azul-diversifica-negocios-e-aposta-em-conta-pj/