Adeus, teclado! Até 2019 50% das consultas na web serão feitas por voz

Até 2019, 50% das consultas na web serão feitas por voz, em linguagem natural. Essa previsão foi o resultado da pesquisa da Gartner (Empresa de Pesquisa, Execução de Programas, Consultoria e Eventos, fundada em 1979, por Gideon Gartner, a empresa mantém sua sede em Stamford, Connecticut, Estados Unidos) com associados, incluindo analistas, pesquisadores e consultores em mais de 85 (oitenta e cinco) países pelo mundo. (Fonte: 100 Data and Analytics Predictions Through 2021)

“Hoje (2018) mais de metade dos estudantes americanos já navegam na web por pesquisas de voz. Essa tendência é irreversível, principalmente considerando o avanço das tecnologias, a presença da IA – Inteligência Artificial nas aplicações disponibilizadas ao público e a própria necessidade social de otimizar o tempo”, diz o CEO do Portal QueroReclamar.com, Dr. Adriano Almeida Goes (Ph.D. em Engenharia da Computação pela UNICAMP), um portal que disponibiliza essa tecnologia aos seus usuários.

Segundo reportagem do Jornal Estadão, há apenas 8 anos (2011), já era aplicada em alguns estados dos Estados Unidos (Indiana, por exemplo), a dispensa da obrigatoriedade de utilização da letra cursiva como registro de escrita, diante da crescente redução da necessidade das crianças, já que digitavam mais do que escreviam.

“As escolas devem decidir se pretendem ensinar letra cursiva, mas recomendamos que deixem de ensinar e se foquem em áreas mais importantes. Também seria desnecessário encomendar apostilas que ensinem letras cursiva”, dizia um memorando do Departamento de Educação de Indiana.

Hoje, menos de uma década depois, num fenômeno disruptivo sem precedentes, podemos questionar até mesmo se a escrita feita pelos humanos, sobreviverá.

Seguindo essa tendência, de facilitar o acesso à informação, de facilitar o processo de comunicação entre as pessoas, muitas plataformas pensam em incorporar tecnologias de voz aos seus produtos e serviços visando ofertar melhores serviços e promover a inclusão digital e social.

No Brasil alguns serviços começam a apresentar essa tecnologia, em vários segmentos de mercado. Um que se destaca pela capilaridade com que envolve a população, é o serviço de defesa do cidadão promovido pelo Portal Quero Reclamar. Uma plataforma de reclamação para que a população tenha sua voz ouvida (ouvida mesmo! no mais puro sentido da palavra) por advogados cadastrados na Plataforma, na busca de um profissional que possa defender os seus direitos.

“Somos a primeira plataforma jurídica por voz, do Brasil”, continua Adriano A. Goes.

O cidadão ao acessar o QUEROReclamar.com, simplesmente fala (desabafa mesmo!) contando verbalmente (por voz) o seu problema. É um serviço totalmente gratuito. A plataforma, dotada de inteligência artificial, examina o áudio da reclamação postada e transcreve automaticamente o conteúdo do áudio para texto.

Os Advogados cadastrados na plataforma, recebem consultas do sistema para fazer atendimento aos usuários reclamantes e podem ouvir (o áudio) da reclamação, ou ler a transcrição feita pelo robô de inteligência artificial. Os advogados também utilizam a plataforma totalmente sem custos.

Ao eliminar a necessidade de usar as mãos e os olhos para navegar percebe-se inclusive um aumento do uso das sessões web, pois permite-se aos usuários o uso da rede mesmo em contextos que anteriormente a rede não era utilizada, tais como quando se estão dirigindo (ouvindo as reclamações via bluetooth), praticando esportes, cozinhando, aguardando atendimento em uma fila de banco, hospital, consulta médica, ou aguardando metrô, trem, ônibus, e assim por diante. Como resultado, o tempo das pessoas com acesso instantâneo à internet, deverá ser imensamente otimizado.

Essa consequência já pode ser sentida pela inovadora plataforma.

“Contabilizamos hoje, mais de 60% das reclamações postadas em voz. Esse serviço de voz foi disponibilizado ao nosso público há apenas uma semana, e percebemos o quanto o público necessitava dele, gerando um considerável aumento na quantidade de reclamações postadas em nosso sistema”, diz Adriano Goes.

FONTE: EXAME