Do mundo dos games para o dos negócios, a realidade aumentada ultrapassou a linha da diversão e já proporciona conteúdos informativos em diferentes frentes de atuação, entre elas a agroindústria. A tecnologia surge com a proposta de não apenas envolver o usuário, mas também de convencê-lo a adquirir determinado produto.
Era o que queria a empresa brasileira, fabricante de fertilizantes, subsidiária de um grupo francês, que estava prestes a iniciar as vendas de um agroquímico, único no mercado. O produto traz a promessa de combater vermes que prejudicam lavouras sem agredir nem o solo nem a planta.
– Fomos contratados pela subsidiária no Brasil para desenvolver o projeto. Eles viram outro projeto semelhante que fizemos e que estava exposto na maior feira agrícola da América Latina, a Agrishow. A partir daí iniciamos a negociação para o desenvolvimento do projeto sob medida para o cliente – conta Leonardo Minozzo, diretor da catarinense Cafundó Estúdio Criativo.
O projeto a que Minozzo se refere foi pautado na tecnologia da realidade aumentada e virtual e executado pela empresa criada em 2008, com matriz em Florianópolis e filial em São Paulo. O desafio foi desenvolver um aplicativo de celular que, quando ativado com base em um código impresso em um folheto, demonstra como o fertilizante age nas lavouras e plantações. Somado a isso, a realidade virtual – que funciona quando o usuário usa um óculos específico – apresenta um vídeo em 360° com ambientação agrícola, apresentando os benefícios do produto.
– Eles precisavam de uma tecnologia de comunicação tão inovadora quanto o produto, que é único no mundo. E a realidade aumentada é muito legal por que o próprio nome já entrega o que ela propõe, que é você ter um aumento na realidade tradicional. Você consegue ter algo forte que traz informação extra, que mostra a coisa acontecendo aplicada ao teu ambiente real – contextualiza o empresário.
Investimento de R$ 150 mil
O projeto levou cerca de três meses para ser concluído e foi entregue entre junho e julho deste ano para a empresa no Brasil, controlada pelo grupo internacional. Segundo Minozzo, foram investidos entre R$ 100 mil e R$ 150 mil no desenvolvimento da peça.
O diretor do estúdio criativo explica que era preciso criar um modelo de comunicação capaz de impactar:
– Eles têm um modelo de vendas diferente. Geralmente não se encontra o produto deles em uma loja ou agropecuária, eles possuem um time de representantes que visitam os agricultores e fazendas oferecendo o produto e mostrando como funciona. Nessa abordagem de venda usavam o aplicativo para mostrar como funcionava, qual era a ação e também em eventos, por que eles participam de feiras.
A Cafundó já usou a realidade aumentada para:
- Criar a nova comunicação para uma multinacional que fabrica implementos voltados para a área agrícola, industrial e de construção civil. No projeto, por exemplo, o foco eram equipamentos para colheita, pulverização e semeadura.
- Desenvolver jogos educacionais para um escola. Por meio de um aplicativo, crianças com idade entre quatro anos e seis anos tinham acesso a jogos educativos, interativos e divertidos.