QR Capital abre ‘edtech’ cripto para qualificação profissional em ativos digitais

Proposta é desenvolver cursos de formação tanto na gestão de negócios quanto de tecnologia, incluindo parcerias com instituições de ensino.

João Paulo Mayall, CEO da BlockTrends Divulgação

A QR Capital, uma das mais antigas holdings de investimento em startups criptonativas, vai abrir uma unidade de educação voltada para tecnologia blockchain e para qualificação de profissionais na área de ativos digitais. A proposta é desenvolver cursos de formação tanto na gestão de negócios quanto de tecnologia, incluindo parcerias com instituições de ensino e empresas interessadas em investir na capacitação dos colaboradores. O primeiro curso é uma parceria com a UniFecaf para uma pós-graduação em desenvolvimento de blockchain, com certificado reconhecido pelo Ministério da Educação. A nova unidade de negócio vai englobar o Blocktrends, que atuava como um portal de estudos e análises de investimentos em ativos digitais, que será convertido numa “edtech”. O projeto foi desenvolvido internamente na QR Capital, que testou o formato de cursos e de módulos de treinamento. A equipe esteve envolvida no lançamento dos dois cursos da gestora QR Asset, parte do grupo QR Capital, em parceria com a B3,que somaram 26 mil alunos. “Aprendemos junto da B3 que existe um genuíno interesse em estudar o tema. O preconceito inicial já se foi. As novas gerações, e mesmo as gerações mais velhas, entenderam que esse não é mais um negócio de nicho, mas algo que pode colaborar, e muito, para melhorar a produtividade e os processos em setores tradicionais”, disse João Paulo Mayall, cofundador da QR Capital e CEO do BlockTrends O Brasil tem um déficit estimado de 70 mil profissionais todos os anos no setor de tecnologia de informação, grande parte no segmento de web3 e tokenização. Em 2025, serão 560 mil profissionais menos que o necessário para atender demandas crescentes de expansão. “Em cripto, sofremos um pouco mais pelo fator ‘novidade’ e pelas incertezas regulatórias. Na medida em que o regulador se mostra favorável, como agora, o mercado é pego de ‘calças curtas’. Precisa encontrar profissionais do dia para noite. Isso é ótimo para o profissional porque ele se favorece de uma alta demanda, mas é ruim para as empresas”, disse Mayall. Para ele, os principais desafios são encontrar profissionais interessados pelo tema, dentro de um universo que também sofre de escassez (TI), e competir com o restante do mundo, que tem maior poder aquisitivo e paga melhores salários. “Como o setor é novo, há pouco incentivo e formação qualificada para blockchain, web3 e cripto no geral. Os profissionais que desbravaram este mercado vêm de outras áreas. Estavam atuando em tech ou finanças e viram em cripto um novo ambiente bastante promissor”, disse. No setor de educação, Mayall liderou projetos de empresas como ESPM e Aliança Francesa. Recentemente, Mayall atuou como investidor em projetos como Orlando City SC, SingularityNET, além da Foxbit, por meio da QR Capital. O time conta ainda com Marcelo Campos, diretor de produtos e que esteve na concepção e execução dos projetos educacionais para a B3. A equipe ganha também o reforço de Nicholas Sacchi, ex-head de pesquisa em ativos digitais do BTG Pactual. O CEO da QR Capital, Hermínio Sotero, ex-Microsoft, destaca que além da formação e capacitação profissionais o BlockTrends terá um papel relevante de formar um banco de dados de alunos e de graduados para projetos do setor de blockchain e de web3 no país. Nessa primeira fase, a holding QR Capital vai atuar como investidor anjo no projeto da edtech, que poderá receber aporte de outros grupos.

FONTE:

https://valor.globo.com/empresas/criptomoedas/noticia/2023/07/03/qr-capital-abre-edtech-cripto-para-qualificacao-profissional-em-ativos-digitais.ghtml