O PTI aposta em startups e novas tecnologias para cidades inteligentes e energia renovável
A primeira imagem que vem à mente quando se fala em Itaipu é energia. Mas nos últimos anos, a usina tem investido em inovações em outras áreas, graças ao Parque Tecnológico de Itaipu (PTI). Criado em 2003 com o objetivo de criar soluções para a usina, em maio deste ano o Parque mudou de estratégia e tem procurado expandir parcerias com empresas e startups de agronegócio, saúde, soluções urbanas e, claro, energia.
O PTI quer se tornar independente economicamente da usina hidrelétrica de Itaipu – que hoje é responsável por cerca de 70% de seus recursos.
O Parque aposta na aceleradora e incubadora. Hoje o PTI tem 13 empresas alocadas e 16 startups sendo aceleradas. Os empreendedores ficam durante três anos na sede, para receber consultorias em parceria com o Sebrae, e usar a infraestrutura para desenvolver seus negócios. “Hoje estamos focados em pesquisa, desenvolvimento, educação e negócios”, diz Marcelo Alves de Sousa, gerente de relações institucionais do PTI. “Queremos que empresas se instalem no Parque para gerar novas soluções.”
O Parque tem investido em novas tecnologias como internet das coisas (IoT) e inteligência artificial para atrair empresas e novos negócios. Segundo Pedro José Granja Sella, gestor do programa de desenvolvimento de negócios do PTI, os parceiros podem trabalhar próximos a outros laboratórios de inovação do Parque. O Lab Living, laboratório de cidades inteligentes, tem desenvolvido postes de luz com wifi e sensores para identificar o estampido de tiros de armas de fogo (e, assim, alertar a Polícia). “As startups já conseguem testar e ver a viabilidade de seus negócios”, diz. “Essas empresas podem solucionar gargalos internos.”
O PTI serve de palco de testes das soluções desenvolvidas nos laborátorios. Os funcionários, por exemplo, se locomovem pelo parque com carros elétricos com software desenvolvido pelo Lab Living. A solução resultou em uma parceria com a Renault e o Governo Federal, que levou, este mês, 16 veículos elétricos compartilhados para os servidores públicos no Distrito Federal. E a expectativa, de acordo com Sousa, é expandir para mais cidades.
O PTI ainda enxerga a própria usina como oportunidade para negócios e inovação. Drones são testados no local para o desenvolvimento de tecnologia de mapeamento. O lixo gerado pela usina resultou em uma nova frente de negócios, a CIBiogás. A usina de biogás transforma os resíduos em biometano.
Segundo Sousa, a usina de Itaipu ainda passa por um processo de digitalização e tem investido em segurança cibernética e de infraestrutura – mais gaps para o parque oferecer inovações. Por exemplo, o laboratório de automação e simulações de sistema elétricos do PTI, dentre outras funções, tem testado e criado novas soluções a partir de mais de três mil sensores instalados nas barragens da usina. “Hoje nós estamos desenvolvendo toda a tecnologia que antes era feita no exterior e o conhecimento ficava lá”, afirma.