Robôs podem extrair informações sigilosas de pessoas que confiam neles, diz pesquisa

Estudo da Kaspersky com a Universidade de Gent, na Bélgica, analisou a relação de 50 pessoas com um robô de testes

QUANTO MAIS HUMANOIDE, ROBÔ TENDE A GANHAR AINDA MAIS A CONFIANÇA DOS SERES HUMANOS (FOTO: GETTY IMAGES)

Robôs podem extrair informações sigilosas de pessoas que confiam neles, indica pesquisa realizada pela Kaspersky e a Universidade de Gent. O estudo mostrou que eles podem persuadir seres humanos a executar ações inseguras. Para a empresa de cibersegurança, o avanço da robótica traz um risco: o impacto no comportamento das pessoas.

A empresa apresentou 50 pessoas a um robô criado pela universidade belga para interagir com e sem voz. O contexto aconteceu em um ambiente “de ataque”, em que o robô estava hackeado para influenciar ativamente as pessoas a executar ações inseguras.

No primeiro caso, o robô foi colocado perto de uma entrada restrita de um edifício e perguntou aos funcionários do prédio se poderia entrar com eles. A área só podia ser acessada após a digitação de uma senha de segurança. Durante o experimento, nem todos os funcionários atenderam à solicitação do robô, mas 40% destravaram a porta e a mantiveram aberta para o robô entrar.

Num segundo momento, o robô foi disfarçado como um entregador de pizza, segurando uma caixa. Os funcionários se mostraram menos inclinados a questionar os motivos para acessar aquela área.

A segunda parte do estudo focou na obtenção de dados pessoais normalmente usados para redefinir senhas, como data de nascimento, marca do primeiro carro e cor favorita. Dos 50 participantes, apenas um se recusou a compartilhar os dados com o robô.

Tony Belpaeme, professor de inteligência artificial e robótica na Universidade de Gent, disse que quanto mais humanoide for o robô, maior será sua capacidade de persuadir e convencer. “Nossa experiência mostrou que isso pode gerar riscos significativos à segurança, o que proporciona um possível canal para ciberataques. Por isso, é fundamental cooperarmos agora para entender todas as vulnerabilidades emergentes. Teremos a compensação no futuro”, afirmou.

FONTE: ÉPOCA