Inteligência artificial coloca rosto de Harrison Ford em cenas de “Solo”

Com auxílio de ‘deepfake’, o rosto do ator aparece no lugar do de Alden Ehrenreich, o Han Solo do último filme da franquia. Entenda como isso foi possível.

“Solo: Uma História Star Wars” estreou em maio de 2018 e foi o segundo filme derivado do universo de Star Wars. Mas, ao contrário dos outros, ele não foi necessariamente um sucesso.

O longa acumulou US$379 milhões de dólares, valor que está abaixo das produções da nova leva de filmes. A título de comparação, aqui vão outras bilheterias da saga que foram um  estouro:

O fraco desempenho nos cinemas e as críticas variadas fizeram com que a Disney suspendesse temporariamente os spin-offs de Star Wars. Um dos comentários negativos mais recorrentes sobre a aventura solo (com o perdão do trocadilho) do lendário personagem, é que foi muito difícil desassociar Han Solo, vivido no filme por Alden Ehrenreich, de Harrison Ford – ator que o interpreta nas versões originais.

Cabeças trocadas

Como se atendesse o clamor dos fãs, o usuário do YouTube ‘derpfakes’ lançou em 15 de outubro um vídeo com cenas de “Solo” com uma pequena modificação: quem estrela essa produção é o jovem Ford dos anos 70.

Convincente? De acordo com o criador, para trocar os rostos dos atores, ele utilizou imagens de Ford do início dos anos 70. A época é anterior ao primeiro filme da saga, “Uma Nova Esperança” (1977) – o que faz sentido, já que a ideia do spin-off é contar a vida do personagem antes dos eventos da franquia principal.

Além de “Solo”, outros artistas e personalidades já deram as caras estrelando vídeos desse canal. De Nicolas Cage a Donald Trump, todos foram criados utilizando uma técnica chamada “deepfake”.

Deepfake?

A origem do termo “deepfake” vem das expressões em inglês “deep learning” (“aprendizado profundo”) e “fake” (“falso”). Para entender esse fenômeno recente, é preciso compreender o que é exatamente a aprendizagem profunda.

O “deep learning” é uma evolução das metodologias de aperfeiçoamento de inteligência artificial. Ela deriva do “machine learning”. O conceito, que veio junto com os primeiros avanços em inteligência artificial, nos anos 50, quer dizer, literalmente, colocar um computador para aprender. A ideia é fazer o cérebro eletrônico estudar algoritmos até que entenda como ler dados e tomar decisões acertadas. É como se, vendo um mesmo filme várias vezes, ele pudesse reproduzir o que aprendeu fazendo uma história totalmente nova.

A técnica ganhou novos patamares com as tecnologias mais modernas e o grande volume de dados criado pela internet – o chamado big data. Um bom exemplo de aplicação é o software de recomendação da Netflix. Conforme você escolhe os filmes e séries que vai assistir, o computador vai sendo treinado a reconhecer o seu gosto. A partir daí, tudo muda na plataforma, das indicações de filmes e séries às fotos de capa de cada produção, que se alternam conforme o comportamento do usuário.

Recentemente, a técnica começou a ser usada para a construção de notícias e depoimentos falsos – as “deepfakes” propriamente ditas.

FONTE: SUPER INTERESSANTE