Indicator atrai mais R$ 93 mi e prepara cinco novos aportes

Desde meados do ano passado sem investir em novas startups, gestora espera assinar cheques já no mês que vem.

Derek Lundgren Bittar, fundador da Indicator Capital — Foto: Silvia Zamboni/Valor

O segundo fundo da Indicator Capital voltou a atrair investidores interessados em sua tese de investimento em IoT (internet das coisas). A gestora acaba de fechar uma segunda tranche de R$ 93 milhões, engordando em 40% o veículo, agora de R$ 333 milhões. Entre os novos cotistas estão órgãos de fomento e instituições de pesquisa e serviços como Fapesp, Sebrae, Badesul e AgeRio.

Com a injeção de recursos, a gestora retomará os aportes em novas startups, que estavam congelados desde meados do ano passado, em razão das incertezas macroeconômicas e do momento instável que vive o setor de tecnologia. Nesse período, a Indicator se limitou a ajudar os empreendedores que já faziam parte da carteira de investidas a atravessar esse cenário turbulento, que culminou com a quebra do SVB.

Passado o momento de maior cautela, a Indicator agora está com apetite para mais. A ideia é fazer cinco novos investimentos em 2023 e mais 15 pelos próximos três anos. “Fizemos uma curadoria de boas oportunidades e estamos confiantes para assinar novos cheques já a partir do mês que vem”, afirma Derek Bittar, que fundou a Indicator em 2014 ao lado do irmão Thomas e do ex-Intel Fabio Iunis, baseado no Vale do Silício.

Até aqui, o portfólio de investidas do fundo agregou sete startups, algumas delas com soluções tão impressionantes como a da IBBX: a empresa desenvolveu um método de capturar a energia elétrica presente no ambiente para carregar baterias à distância. Do total, considerando a nova captação, já tinham sido alocados cerca de 20% dos recursos em iniciativas de inovação ligadas a 5G, IA e outras tecnologias do segmento, em torno de R$ 70 milhões.

Entre as oportunidades mencionadas, já foram mapeadas mais de 619 startups de IoT, sendo 456 no Brasil e 163 com governança internacional. A gestora só pode realizar investimentos dentro do país, o que não impede de se conectar a empreendedores brasileiros no exterior ou mesmo a estrangeiros com operação no Brasil. Por isso também, a Indicator mantém seu hub na Califórnia. Com o levantamento, a gestora calcula mais de R$ 6,5 bilhões em oportunidades de investimento.

A atração de cotistas como Fapesp, Sebrae, Badesul e AgeRio representa a consolidação de um relacionamento que já é antigo. Por lidar frequentemente com as startups, a Indicator costuma recomendar essas instituições para orientação das empresas. “Ter o reconhecimento de investidores dessa musculatura é um milestone para a gente, então sabemos da nossa responsabilidade”, diz Bittar.

Nascido de uma parceria público-privada entre BNDES e Qualcomm, o segundo fundo da gestora já havia fechado um first closing, de R$ 240 milhões, bem acima do target de R$ 160 milhões previstos no lançamento. Outros cotistas, que entraram no first closing, incluem Banco do BrasilMultilaser, Motorola, Lenovo e Telefônica Ventures/Vivo.

O primeiro fundo da Indicator, criado em 2016, também é focado em transformação digital e já teve algumas saídas relevantes, como a Tevec, de machine learning, vendida por R$ 25 milhões para a Infracommerce, e a Iouu, de empréstimos peer-to-peer, comprada pelo LetsBank, por valor não revelado.

FONTE: https://pipelinevalor.globo.com/negocios/noticia/indicator-atrai-mais-r-93-mi-e-prepara-5-novos-aportes-para-2023.ghtml