Altino Cristofoletti Junior, presidente da Associação Brasileira de Franchising, reflete sobre o futuro do mercado brasileiro.
nov 01
Altino Cristofoletti Junior, presidente da Associação Brasileira de Franchising, reflete sobre o futuro do mercado brasileiro.
No ano em que Pequenas Empresas & Grandes Negócios celebra 30 anos, penso que seja oportuno refletir sobre como será o franchising nos próximos 30 anos. Quais são as principais tendências que já nos fazem olhar para o setor de franquias no futuro?
Estamos vivendo um momento de inflexão na história da humanidade, no qual observamos uma completa mudança no modo de vida das pessoas. Um dos pontos relevantes é que as pessoas estão vivendo mais.
Nesse sentido, no franchising, franquias que atendam o público da terceira idade – seja no segmento de educação, saúde, alimentação, dentre outros – tendem a ocupar cada vez mais espaço. Nessa mesma linha, os negócios voltados à saudabilidade, focados na alimentação natural e no bem-estar das pessoas, também continuarão a crescer.
Outra grande tendência de negócios está relacionada à matriz energética dos países em todo o mundo. Estudos demográficos indicam que o planeta poderá ter 10 bilhões de habitantes em 2050. Com tamanho crescimento da população mundial, a utilização de fontes renováveis de energia impulsionará os negócios ambientalmente sustentáveis.
Vemos, por exemplo, redes de franquia de energia solar já em operação e outras tendem a surgir, como de energia eólica. Esses negócios aliados à economia do compartilhamento, que está na essência das redes de franquias, promoverá grandes oportunidades no franchising.
O uso do big data tem feito com que, no varejo e no franchising, as empresas personalizem os seus produtos e serviços, e proporcionem uma nova experiência para este consumidor do século 21, mais antenado, exigente e conectado. Essa experiência, mais aprofundada na loja física, também se estende na loja on-line e em outros canais.
Há 30 anos, as franquias se limitavam à loja física. Hoje, elas são omnichannel. Estão em pontos de venda físicos, on-line, store in store, porta-a-porta, etc. Nos próximos 30 anos, as franquias devem estar focadas em entregar para o consumidor a sua necessidade.
O ambiente “loja física”, atualmente já reformulado, será ainda mais diferenciado, dedicado à experiência do consumidor. Talvez sejam ambientes até abertos. Teremos muito menos fricção na relação com o cliente, por exemplo, na questão dos meios de pagamentos.
A vida se tornou digital. No franchising, temos, por exemplo, redes de escolas de idiomas que ensinam em ambiente virtual, marcas que utilizam tecnologia 3D de realidade virtual, robótica… E isto é apenas o começo. Sequer sabemos até onde toda essa revolução tecnológica nos levará. O que temos certeza é de que as mudanças foram, são e continuarão a ser feitas em função do cliente – afinal, ele é o centro de tudo.
*Altino Cristofoletti Junior é presidente da ABF – Associação Brasileira de Franchising
FONTE: PEGN