4 STARTUPS QUE LUCRAM NO MERCADO DA REALIDADE VIRTUAL

Sem limitações, os ambientes digitais democratizam a experiência do usuário e elevam ações de marketing e educação corporativa a um novo patamar

Rodrigo Martins de Souza, um dos fundadores da Oniria, mostra treinamento que ensina a operar uma bomba hidráulica (Foto: Sergio Ranalli)

Depois de atuar durante 15 anos como uma agência de comunicação 360 graus, a Flex Interativa, de São Paulo, mudou de foco. Os sócios Fernando Godoy e Marcelo Rodiño, ambos com 46 anos, decidiram reposicioná-la como produtora de experiências digitais para o mercado corporativo.

Hoje, a empresa fatura R$ 1,5 milhão com o desenvolvimento de projetos de realidade virtual para clientes como NovartisSAP e Dow Chemical.

A Flex assina, por exemplo, a apresentação do novo sistema de automação de postos de combustíveis da Ipiranga e uma campanha da Mosaic Fertilizantes para mostrar como um produto específico atua na lavoura. “A realidade virtual democratiza a experiência da mesma forma que a internet democratizou a informação. É possível transportar o consumidor para qualquer lugar”, diz Godoy.

Elementos 3D, cenários e programação são criados na plataforma de desenvolvimento de jogos Unity. Para eventos corporativos, a empresa leva estações com sensores de movimentos, óculos de alto desempenho e notebooks. Um dos sensores permite a quem está no ambiente virtual usar as mãos para interagir com objetos.

Os projetos customizados custam entre R$ 50 mil e R$ 170 mil. Em 2018, a Flex  planeja lançar um game de realidade virtual para shoppings e soluções para educação corporativa. “Queremos ter produtos de prateleira para ganhar escala”, afirma Godoy.

Outra empresa que passou recentemente a focar em realidade virtual é a Oniria, fundada há 15 anos em Londrina (PR). Especializada no desenvolvimento de soluções de simulação virtual e engajamento nos segmentos de agricultura, óleo e gás, mineração, defesa, logística e saúde, a empresa conta com projetos implantados em 12 países. “Se a simulação envolve percepção espacial, a realidade virtual é mais eficiente do que outras tecnologias”, afirma Rodrigo Martins de Souza, 36, cofundador da empresa.

Oniria criou um simulador para tratar fobia de altura, além de ambientes virtuais para pessoas com fobia social, claustrofobia e medo de falar em público: tudo parte de uma pesquisa em psicologia e análise do comportamento da UEL (Universidade Estadual de Londrina).

Os projetos da Oniria, que custam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil, são desenvolvidos na plataforma própria Virtua Work­shop e podem ser criados tanto para estações de realidade virtual avançadas como para dispositivos móveis mais simples. Em 2017, a empresa faturou R$ 2,5 milhões.

Outras empresas que faturam com realidade virtual

Virtuatech Engenharia
Especializada na área de treinamento, a empresa fundada em 2007, em Pindamonhangaba (SP) oferece equipamentos e desenvolvimento de software de capacitação com interação entre homens e objetos. “Um exemplo é um programa sobre instalação de cabeamento em postes para uma empresa de energia”, diz Renato Cescon dos Santos, 35 anos, cofundador.

Em ambiente virtual, os operadores executam rotinas do trabalho, como o alçamento por caminhão até o topo do poste. Esses treinamentos têm custo inicial de R$ 6 mil e podem chegar a R$ 100 mil. A Virtuatech iniciou o ano com capital de R$150mil e prevê triplicar esse valor até o fim de 2018.

Beenoculos
A empresa curitibana destacou-se em 2015 ao ser a primeira brasileira a adaptar smartphones para experiências em cenários virtuais por um baixo custo. Em 2017, passou a usar a expertise no desenvolvimento de hardware, software e conteúdo na criação de novos negócios.

Um exemplo é a BeeMedical, joint venture com o médico Wagner Pádua Filho, de soluções para a área médica. No próximo evento da Associação Brasileira de Franchising, estreia a BeeTools, para ensinar idiomas. “Vamos dar mais rapidez e melhorar o curso do aprendizado”, diz o cofundador José Evangelista Terrabuio Júnior, 48 anos, que já fechou 12 contratos de franquia.

FONTE: PEGN