Empresas demonstram aplicações práticas de realidade aumentada

Ana Teresa Lehmann, secretária de Estado da Indústria, experimenta realidade aumentada na Nos.

Uma sala de soluções de realidade aumentada no Museu das Comunicações, novidades de fabricantes e demonstrações de casos de utilização foram algumas das iniciativas relacionadas com este acelerador da inovação em Portugal nas últimas semanas.

A Nos promoveu esta semana um dia dedicado aos desafios da futura tecnologia 5G, entre as quais se destacam aplicações de caso relacionados com realidade virtual e aumentada.

Em parceria com a Nokia, a Nos apresentou a sua visão para o 5G e como acredita que esta tecnologia poderá ser um catalisador da transformação da indústria em Portugal.

Em matéria de realidade aumentada e virtual estiveram em exposição duas soluções que demonstram na prática como poderá a indústria tirar partido destas tecnologias.

Streaming Realidade Virtual

Combinada com as comunicações de próxima geração – 5G – que se caracteriza pelo elevado débito e a baixa latência, foi demonstrado um stream de vídeo 360º RV, com diferentes equipamentos terminais – óculos de realidade virtual, smartphones – que exigem precisamente aquele tipo de velocidade e latência.

“Aplicável a situações em que o utilizador necessita de visualização 3D do conteúdo remoto, proporcionando uma experiência imersiva, como se estivesse no local. A imersão remota de eventos desportivos e culturais em massa poderão ser aplicações em breve disponíveis”, explica a Nos em comunicado.

Na indústria, explica a mesma nota, o stream de vídeo 360º RV “tem várias aplicações nomeadamente a produção de conteúdos, auditoria e controlo em locais de acesso difícil, intervenções remotas por pessoal especializado, controlo de acessos por reconhecimento facial, entre outras”.

Realidade Aumentada

Noutra zona, na exposição da Nos/Nokia, foi demonstrada uma viagem por um laboratório acompanhada por um “avatar” especializado no domínio apresentado. A realidade virtual poderá ser aplicada ao suporte remoto de sistemas por pessoal especializado, formação, promoção imobiliária, promoção turística entre outros.

A tecnologia 5G – que deverá estar totalmente operacional dentro de dois a cinco anos, combinada com a realidade virtual/aumentada irá também permitir aproximar a velocidade de processamento  entre a visão humana e a coordenação motora, mitigando deste modo as sensações de náuseas e tonturas que se registam com latências mais elevadas.

Sala Aumentada no Museu das Comunicações 

Inauguração da Sala Aumentada, no Museu das Comunicações

A Fundação Portuguesa das Comunicações inaugurou uma sala de realidade aumentada, no Museu das Comunicações, com o objectivo de promover a tecnologia enquanto factor de transformação da sociedade.

Empresas e escolas podem agora marcar sessões de demonstração e visitas ao espaço localizado junto à “Casa do Futuro” no museu, onde serão lançadas aplicações de realidade aumentada “made in Portugal”, e se irão realizar workshops de co-criação envolvendo óculos de realidade aumentadas ou debates.

Estão envolvidas nesta iniciativa a Epson, a Mesativa, a Next Reality (empresa do grupo ITPeople), e a Phone House.

A Sala Aumentada “pretende ser um espaço de exploração na temática da Realidade Aumentada e acreditamos que o melhor espaço é mesmo ao lado da Casa do Futuro no Museu das Comunicações”, explica Eduardo Vieitas, CEO do IT People Group, uma das empresas que desenvolve soluções nesta área.

“A sala de Realidade Aumentada enquadra-se no espaço do Futuro, onde se situa a Casa do Futuro e onde procuramos demonstrar o impacto das novas tecnologias no quotidiano, nas nossas casas e cidades, contribuindo para uma melhoria da qualidade de vida de todos”, afirma Teresa Salema, presidente do Conselho Executivo da Fundação Portuguesa das Comunicações, em comunicado divulgado pela IT People.

Com recurso a tablets, projectores, mesas interactivas e óculos de Realidade Aumentada os visitantes poderão “abrir janelas para outras alas do museu, reconstruir monumentos como o Taj Mahal ou a estátua da Liberdade ou até mesmo interagir com lobos e dinossauros que se encontram escondidos pela sala”, explica comunicado de imprensa da PhoneHouse, uma das entidades envolvidas na iniciativa.

Nova versão de óculos de realidade aumentada Moverio chegam em julho

Um dos parceiros da Sala Aumentada anunciou recentemente o lançamento europeu de uma nova versão dos seus óculos inteligentes, os Moverio BT-35E. A Epson refere, em nota de imprensa, que os óculos estarão disponíveis durante o corrente mês.

A nova versão tem novas funcionalidades que expandem a possibilidade de ser aplicada em áreas como a saúde, pilotagem de drones comerciais ou engenharia. A nova versão foi dsenvolvida para poder facilmente ser utilizada com o hardware já existente, através de ligações HDMI e USB-C, com uma latência próxima de zero.

No sector da saúde, os óculos podem ser usados como ecrã principal ou secundário. Em vez de ter de virar-se para olhar para um monitor, o médico pode manter-se focado no paciente e trabalhar com uma postura mais natural, explica a Epson em comunicado.

Em engenharia, podem servir de ecrã principal ou secundário, para a realização de tarefas que exigem baixa latência e grande eficiência, incluindo a assistência remota, acrescenta a mesma nota.

No entretenimento, os parques temáticos e os museus podem utilizar esta tecnologia para melhorar a experiência do cliente, através da visualização de vídeos ou de outros conteúdos, directamente no ambiente, sem necessidade de estar a olhar para um ecrã.

Finalmente, em drones comerciais, como o DJI Phantom 4 Pro, os óculos podem ser utilizados como um ecrã secundário para controlo de visão subjectiva, quando existe um ecrã principal e uma saída HDMI.

FONTE:  COMPUTER WORLD