Marina Nogueira, de 25 anos, começou a Loja Amorê como um hobby.
Marina Nogueira é a fundadora da Loja Amorê Divulgação
Para Marina Nogueira, frequentar papelarias sempre foi um momento de lazer. A primeira experiência com sua própria produção ocorreu em 2015, quando ela estudava em um cursinho pré-vestibular e decidiu criar cadernos com capas feitas de tecido. Foi um sucesso entre seus amigos — que logo pediram para comprar os itens — e o pontapé da Loja Amorê, e-commerce de papelaria com sede na cidade de São Paulo.
Hoje com 25 anos, a empreendedora considera que o maior diferencial de seu negócio é produzir cadernos e planners “reposicionáveis”, em que é possível inserir folhas novas como se fossem refis. O conceito é parecido com o de um fichário, mas o produto tem o formato de um caderno. “A papelaria acaba tendo um uso mais descartável, mas esse modelo faz com que seja mais durável”, diz Nogueira.
Para fabricar os produtos, Nogueira contrata uma gráfica que imprime as folhas e a capa, e a Loja Amarê faz a encadernação. Segundo a empreendedora, ficar responsável por uma parte da produção é uma forma de deixar o preço mais competitivo. O e-commerce faturou R$ 400 mil em 2021.
No início do negócio, Nogueira teve que dividir a rotina entre os estudos e a produção de cadernos. Os principais clientes eram os seus colegas de turma. “No final de 2015, eu estava prestando vestibular e foi muito difícil fazer as duas coisas. Era um momento em que muitas pessoas queriam comprar cadernos para o ano seguinte. Mas a minha meta era ser aprovada na faculdade de Arquitetura, e não aumentar a produção”, afirma Nogueira, que na época só fazia vendas por encomendas.
Então, no ano seguinte, já como universitária, pensou que poderia se dedicar ao negócio para obter uma renda extra. Em um grupo de Facebook, Nogueira conheceu um grupo de empreendedoras e começou a conversar sobre como gerir o negócio. “Vi que era possível levar isso como profissão e ser realmente uma empresa”, afirma. Então, criou um e-commerce e apostou mais na divulgação por meio das redes sociais.
“Também comecei a fazer um estoque e não vender mais apenas por encomenda”, diz a empreendedora. Ao mesmo tempo, diversificou a oferta de produtos, criou planners e estojos, e contratou uma designer para ajudá-la na parte criativa.
Quando a pandemia foi decretada, Nogueira pensou que seu negócio passaria por dificuldades financeiras. “Acreditávamos que as pessoas usavam os itens de papelaria mais fora de casa, para mostrar para outras pessoas”, diz Nogueira. No entanto, a empreendedora percebeu que os itens poderiam ser uma motivação para que as pessoas fizessem os cursos online que estavam bombando. Com isso, a empresa não teve quedas nas vendas.
No final de 2021, a empreendedora decidiu também apostar em itens para casa, e apostou em coleções cápsulas para saber como seria a aceitação de cada produto. “Esperávamos que as roupas de cama teriam um bom retorno, mas encontramos algumas dificuldades na produção. Queríamos ter uma qualidade muito boa, e usamos um tecido que encarece muito o produto e não vendeu tanto. Vimos que não era viável”, diz a empreendedora. Enquanto isso, velas aromáticas e espelhos foram produtos que tiveram uma boa aceitação de vendas.
A empreendedora se formou na faculdade, mas decidiu continuar focando em sua empresa. Hoje, ela vê que o mercado da papelaria está mais competitivo e que é cada vez mais necessário encontrar formas de se diferenciar. O plano é expandir a marca para cada vez mais áreas relacionadas a papelaria, mas mantendo a identidade visual da Loja Amorê. Entre as ideias está o lançamento de itens de vestuário e acessórios. Nogueira espera que o negócio tenha receita de R$ 700 mil neste ano.
FONTE: https://revistapegn.globo.com/mulheres-empreendedoras/noticia/2022/12/empreendedora-fatura-r-400-mil-com-e-commerce-de-papelaria.ghtml