Como o banco ING pretende desbravar um mercado ainda verde

Um dos pioneiros do setor na criação de um “portfólio verde”,  o banco holandês encerrou 2019 com seus primeiros empréstimos e financiamentos atrelados a indicadores de sustentabilidade no Brasil. Entenda a estratégia do banco para dominar esse mercado

No mercado global, um velho mantra parece estar com os dias contados: o lucro a qualquer custo. Acostumada a ser relegada, quando muito, ao plano da retórica, a sustentabilidade parece se consolidar, enfim, como um fator crucial para a sobrevivência das empresas no longo prazo.

CEO da BlackRock, gestora com US$ 6,96 trilhões em ativos, o americano Larry Fink é uma das principais vozes nesse contexto. Famoso por trazer o tema à tona em suas cartas anuais, o executivo elevou o tom na última delas, divulgada há um mês. “Risco climático é risco de investimento”, cravou ele no documento, intitulado “Uma reformulação fundamental das finanças.”

Muito antes, porém, de o tema entrar na pauta de CEOs, investidores e acionistas em todo o mundo, o banco ING elegeu a questão como uma prioridade. A partir dos anos 2000, a instituição holandesa foi uma das pioneiras no mercado financeiro ao incorporar de fato, uma agenda de sustentabilidade em suas operações internas. E tempos depois, no seu portfólio.

Com € 891,7 bilhões em ativos, 38,8 milhões de clientes no varejo e presente em mais de 40 países, o banco também foi um dos primeiros no setor a investir no segmento digital, em meados da década de 1990.

“Os bancos, com seu negócio principal, que é o crédito, têm um poder enorme de influência na economia real e nessa transição para incorporar a sustentabilidade à estratégia de negócios”, diz Samuel Canineu, CEO do ING no Brasil, ao NeoFeed. “E nós, do ING, queremos ser os catalisadores desse movimento.”