Comissão Europeia quer Europa a liderar na Inteligência Artificial

A Comissão Europeia irá aumentar o investimento em inteligência artificial em mais de 70%, atingindo dessa forma o valor de 1.5 biliões de euros até 2020. O objectivo é aproximar a União Europeia dos grandes colossos da inteligência artificial: a China e os Estados Unidos da América.

A relevância da inteligência artificial já é óbvia no mundo de hoje, e os analistas são unânimes em considerar que nas próximas décadas a relevância da IA apenas terá tendência para se acentuar nas mais diversas áreas: medicina, computação, automação etc.

Assim sendo, para além do investimento directo da Comissão, a mesma quer que até 2020 o investimento privado e público na área atinja os 20 biliões de euros até ao fim de 2020 para garantir que a Europa se mantém competitiva e não deixar “escapar” a concorrência das outras grandes potências. Os dados de 2016 indicam que o investimento privado em IA foi inferior a 3,2 biliões de euros na União Europeia, em comparação com os 10 biliões das potências asiáticas e os 18 biliões dos EUA. A diferença de investimento é colossal e, em consequência, a UE encontra-se muito de longe de liderar nesta emergente tecnologia.

A Comissão Europeia não poupou nas palavras: “Assim como a máquina a vapor e a electricidade fizeram no passado, a inteligência artificial está a transformar o nosso mundo”, disse Andrus Ansip, o Vice-Presidente da Comissão (citado pela Reuters). A Comissão sublinhou também que o seu investimento de 1.5 biliões de euros será acompanhado por um adicional investimento de 2.5 biliões em parcerias publico-privadas em áreas como “big data” e robótica.

Empresas do ramo não querem regulações apertadas

Thomas Boue é director geral da política da BSA Software Alliance, que inclui empresas sonantes como a IBM, Microsoft e a Oracle. Thomas recebeu com agrado este anúncio da Comissão, mas alertou para o facto de limitações à informação que a IA possa recolher colocarão em causa o potencial de inovação da área. Thomas referiu que se os estados querem que a IA traga o “máximo de vantagens” económicas aos estados-membros, terá que deixar “livre” a informação para a aprendizagem dos algoritmos. Assim, limitações à possibilidade de recolha de informação (como se encontra na actual legislação de direitos de autor) poderão limitar o potencial desta nova área.

Reino Unido reconhece derrota?

No mesmo mês em que a Comissão anuncia um plano de investimento para tentar juntar-se às potências da inteligência artificial, um relatório surgiu de uma comissão especializada do parlamento britânico sobre este mesmo assunto. Neste relatório é referido que o Reino Unido não conseguirá investir tanto dinheiro no desenvolvimento de inteligência artificial como os concorrentes, em particular os Estados Unidos da América e a China. Assim sendo, em vez de investir na parte tecnológica, o relatório sugere que o Reino Unido deveria investir na ética que deve reger a utilização deste tipo de tecnologia.

FONTE: MAIS TENOLOGIA