Braskem investe R$ 50 milhões na expansão do Centro de Inovação de Triunfo

 

Projeto privilegia o uso do plástico na construção, para tornar a estrutura mais leve, robusta e durável BRASKEM/DIVULGAÇÃO/JC.

A expansão global e a necessidade de estar em linha com as tendências do mercado do futuro, como carros elétricos e autônomos e impressão 3D, foram o gatilho para a Braskem decidir fazer um upgrade no seu Centro de Tecnologia e Inovação, localizado no Polo Petroquímico de Triunfo (RS).

A empresa anunciou ontem que irá destinar R$ 50 milhões na construção de um novo prédio de 2,8 mil metros quadrados, próximo à estrutura atual. A área está cercada e conta com um tapume todo feito de plástico. Essa semana deverá começar o estaqueamento das fundações. A conclusão do prédio está prevista para até o final de 2019.

Conforme a Braskem cresce e se globaliza, as aspirações de inovação e tecnologia também avançam. Deixamos de ter como principal pilar o desenvolvimento e passamos para o de inovação. Essa expansão vai prover novas competências do que vem pela frente”, destaca o diretor Global de Inovação da Braskem, Gilfranque Leite.

A atualização de equipamentos e áreas de pesquisa é fundamental, relata o executivo. As novas e disruptivas tecnologias que estão surgindo vão impactar todo processo produtivo atual. Os carros elétricos e autônomos, por exemplo, vão exigir novos tipos de materiais.

Como a perspectiva para os veículos autônomos é que os riscos de colisão sejam quase zero, tudo que hoje em dia se exige de materiais para esse fim possivelmente deixará de ser requisito técnico; já os requisitos de acabamento terão que ser cada vez mais refinados. “O futuro é opaco. Não vemos com muita clareza o que vem pela frente, mas precisamos estar sempre prospectando”, relata.

Da mesma forma, novas formas de manufatura começam a se consolidar, como a partir da impressão 3D. A maioria das resinas que a companhia tem hoje não é desenhada para 3D, mas a empresa tem consciência de que há um potencial explosivo desta tecnologia, o que impactará toda a cadeia de valor do plástico. Outra questão é o crescimento da aversão da sociedade ao plástico.

“Sabemos dos benefícios do plástico, como o fato de ser leve e economizar energia, mas as pessoas não querem. Então, precisamos saber o que fazer para tornar o plástico melhor reciclado e para conseguir produzir embalagens mais leves, que exijam menos materiais”, destaca Leite, exemplificando algumas das novas linhas de pesquisa que passarão a ser trabalhadas.

O espaço ampliado receberá laboratórios de caracterização avançada de polímeros, o que inclui análises como cromatografia, fracionamento de polímeros, microscopia, além de laboratórios de catálise e de tecnologia de processos petroquímicos.

O novo prédio do Centro de Tecnologia e Inovação, localizado no Polo Petroquímico de Triunfo (RS) será diferenciado também na sua concepção física. A equipe responsável pelo projeto identificou mais de 30 aplicações do plástico na construção, com soluções que levam em conta a economia, a durabilidade, resistência e a versatilidade dos materiais.

Todo prédio deve funcionar com um showroom, com as estruturas em plástico aparentes e identificadas. “Estamos fazendo esse projeto do prédio maximizando o uso do plástico na própria construção, para tornar a estrutura mais leve, robusta e durável.

É uma forma de mostrar na prática o uso de soluções da Braskem e seus parceiros”, conta o gerente de Inovação e Tecnologia da Braskem, Alessandro Cauduro. A estrutura de inovação da Braskem conta com dois Centros de Tecnologia e Inovação, em Triunfo (o maior e mais antigo) e em Pittsburgh (EUA); um Centro de Pesquisa em Tecnologias e Renováveis em Campinas e um Centro Técnico em Wesseling (Alemanha), totalizando 23 laboratórios e sete plantas piloto.

Juntos, possuem 276 projetos no pipeline de inovação e tecnologia e mais de 900 documentos de patentes. A empresa investe na área cerca de R$ 300 milhões/ano. O Centro de Triunfo (RS) é o maior. Das 300 pessoas da companhia que atuam na área de Tecnologia e Inovação, 170 ficam nesta unidade.

Foi ali que foi feito o desenvolvimento de tecnologias como o polietileno verde, dando origem a materiais como o EVA Verde, e um novo conceito de resina plástica reciclada (3R), com melhor qualidade e resistência.

FONTE: JORNAL O COMÉRCIO