Aporte de capital estrangeiro nas fintechs: qual é o impacto para o consumidor brasileiro?

Nesta terça-feira, 30 de novembro, o Governo Federal anunciou, em decreto, que as fintechs (empresas financeiras de crédito que usam tecnologia intensiva), sejam pré-autorizadas a operar no Brasil, inclusive como sócias majoritárias. A medida visa estimular a concorrência no setor financeiro. Guilherme de Almeida Prado, fundador da Konkero – referência em comparação de produtos financeiros e finanças pessoais – avalia a decisão.

Estimular a concorrência com a entrada de novos players no Brasil e promover a inovação no Brasil são os impactos diretos do decreto da Presidência da República, que autoriza o país a ter participação de capital estrangeiro nas fintechsde crédito. De acordo com a decisão, as empresas financeiras de crédito que usam tecnologia intensiva ficam dispensadas de autorização especial, quando tiverem investidor estrangeiro no capital social – desde que autorizadas pelo Banco Central a operar no Sistema Financeiro Nacional. A medida integra a Agenda BC+, pilar do Sistema Financeiro mais Eficiente.

Em nota, o Banco Central salienta que com o decreto, o processo de autorização se torna mais célere, de maneira compatível com a natureza dos investimentos estrangeiros em fintechs, produzindo benefícios para o país. De acordo com o anúncio, a realização de investimentos estrangeiros nas fintechsé fundamental para fomentar avanços contínuos em inovações tecnológicas e para permitir que tais instituições ampliem o leque de produtos financeiros diferenciados e inovadores.

Segundo Guilherme de Almeida Prado, fundador do portal Konkero – referência em comparação de produtos financeiros e finanças pessoais – a decisão contribui para a redução do custo do crédito, mediante oferta de produtos a um público-alvo que ainda não foi totalmente atendido pelo sistema bancário tradicional. Na análise do mestre em Administração de Empresas, a medida vai aumentar ainda mais a competição e o surgimento de novos players. “Na prática, o Governo Federal não restringia o acesso do capital estrangeiro, entretanto, demandava uma autorização via decreto específico do Presidente da República, que podia demorar bastante tempo para ser emitida; a demora, por sua vez, gerava incerteza. Agora, as regras ficam mais claras e simples, em linha com o que o Banco Central já vem fazendo nos últimos anos”, afirma o empreendedor do negócio de impacto social.

Na percepção do especialista em serviços financeiros, todo estímulo à concorrência é muito bem-vindo, principalmente para os consumidores de menor renda. “Além disso, acredito que há um potencial a ser explorado entre os consumidores que estão negativados ou que estão no mercado informal. São esses brasileiros que acabam não sendo atendidos pelo mercado de crédito brasileiro. A abertura para maior entrada de playersestrangeiros pode atrair empresas interessadas em atender esse contingente enorme da população que hoje não tem acesso à crédito”, afirma.

Para Almeida Prado, para uma fintechbrasileira que queira atender o mercado de trabalhadores informais – ou fora dos scores de crédito tradicionais –, é mais fácil encontrar um investidor estrangeiro disposto a apostar na ideia do que um banco tradicional, que sempre foi refratário a esse público. “Basta ver o caso do Nubank, que entrou no mercado de cartões oferecendo zero anuidade e serviço de atendimento de qualidade. De quem o Nubank conseguiu capital? Essencialmente de investidores estrangeiros, enquanto o setor tradicional dos bancos não acreditava no modelo”, analisa, acrescentando que a própria Konkero, no ano passado, foi procurada por uma empresa norte-americana e uma latino-americana – ambas interessadas em uma possível aquisição.

Sobre o portal Konkero

Fundado por Guilherme de Almeida Prado em 2012, o portal Konkero (www.konkero.com.br) é referência em comparação de produtos financeiros e finanças pessoais com mais de 1,5 milhão de visitas por mês. A plataforma é totalmente gratuita e reúne, de maneira descomplicada, mais de duas mil páginas de conteúdo e dezenas de vídeos com dicas de finanças pessoais e explicações sobre produtos financeiros. No site, os internautas têm acesso a comparativos de centenas de serviços financeiros, realizados por uma equipe de curadoria que procura formas de comparar de maneira fácil e intuitiva produtos e serviços financeiros dos maiores bancos, seguradoras, financeiras e administradoras de consórcio do país. Sempre com o objetivo de ajudar o consumidor a fazer a melhor comparação antes de tomar a decisão de compra. A Konkero é um negócio de impacto social e foi selecionada para o relatório PNUD-ONU de negócios inclusivos, além de ter sido acelerada pela Artemisia. Em seis anos de atuação, a Konkero já auxiliou mais de 51 milhões de pessoas, tendo ajudado 4,6 milhões a negociar dívidas; 2 milhões a entender melhor o uso do cartão de crédito; 2,2 milhões aprenderam a preencher cheque; e mais de 600 mil a compararem taxas de financiamento de carro. www.konkero.com.br

FONTE: SEGS