Análise DJI Mavic Air – Um drone completo que cabe no bolso

A DJI apresentou recentemente um novo drone para a gama Mavic, mais pequeno e mais fácil de transportar, dedicado aos mais aventureiros.

Nas últimas semanas analisámos o DJI Mavic Air, e contamos agora a nossa experiência e opinião.

Depois do lançamento do DJI Mavic Pro, a DJI iniciou um conceito de mobilidade que aliava grande parte das vantagens dos Phantom numa carcaça retrátil que facilitava o transporte.

Com o sucesso deste drone, a DJI descobriu um posicionamento onde deveria apostar e, após o lançamento do Spark, decidiu juntar as melhores características de ambos os drones e lançar o DJI Mavic Air.

Este é um drone ainda mais pequeno e transportável que o Pro, mas sem perder a qualidade de voo e gravação.

Características e funcionalidades

Comparado com o seu antecessor, o Mavic Pro, este novo drone tem metade do seu tamanho (com uma dimensão aproximada a um smartphone) e é 41% mais leve (430g).

O DJI Mavic Air dispõe de uma câmara CMOS 1/2.3 de 24mm com 12 MP, abertura F/2.8 e com capacidade para gravação em 4K a 30 fps e imagens panorâmicas de 32 MP. Esta câmara está apoiada sobre um gimbal de três eixos redesenhado para aumentar a estabilização.

Inclui ainda um sistema de posicionamento visual suportado por sete câmaras e sensores de obstáculos distribuídos por três posições (frontal, traseira e inferior).

Ao nível da autonomia, este novo drone consegue voar cerca de 21 minutos consecutivos a uma distância máxima de 4 km (2 Km para a Europa segundo as normas CE) em campo aberto e utilizando o comando.

Especificações

  • Peso: 430g
  • Dimensões recolhido: 168mm x 83mm x 49mm
  • Exigência na utilização: intermédia
  • Bateria: 11.55  V 2375 mAh
  • Autonomia aproximada: 21 minutos
  • Velocidade máxima: 68.4 km/h (em modo desportivo)
  • Altitude máxima: 5 km acima do nível do mar
  • Alcance máximo do comando (normas CE): 2 km (sem interferências)
  • Câmara: 12 MP
  • Resolução máxima de fotografia: 4:3 – 4056×3040; 16:9 – 4056×2280
  • Resolução máxima de vídeo: 4K: 3840×2160 30fps
  • Preço: 849€

Design e sensores

Com o lançamento do Mavic Pro, a DJI lançou para o mercado um conceito de mobilidade sem descurar a experiência de voo e de gravação. Mais tarde, com o DJI Spark, a marca chinesa voltou a desafiar o conceito de mobilidade, tendo, neste caso, sacrificado a autonomia, o alcance e a câmara.

O Mavic Air apresenta-se como um conceito intermédio destes dois modelos e destaca-se como uma forte aposta da DJI. Com a dimensão de um smartphone e um conceito, mais uma vez, virado para a mobilidade, este é um verdadeiro drone que cabe num bolso e que qualquer aventureiro gostaria de ter.

Este novo drone estreia um design retrátil bastante elegante, muito bem construído e com pormenores muito bem pensados. A tecnologia também evoluiu, e agora contamos com 7 sensores, dois à frente, dois atrás, dois em baixo e a câmara que também ajuda no sistema de navegação autónomo.

Com esta nova configuração de sensores, o drone passa a ter um comportamento muito idêntico ao sistema dos carros autónomos, conseguindo agora desviar dos obstáculos e continuar o seu movimento em vez de parar e aguardar uma ação do utilizador.

Quanto ao drone em si, no topo encontramos o espaço para a circulação de ar e, por baixo, a localização da bateria, o botão para ligar/desligar e os sensores inferiores.

Na zona frontal, encontramos então mais dois sensores e a câmara principal, enquanto na parte traseira se localiza o último par de sensores, uma luz de sinalização e o compartimento para o cartão de memória e o cabo USB tipo-C.

Comando

O comando que acompanha o DJI Mavic Air apresenta uma clara inspiração no do mavic Pro, mas com alterações importantes.

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Face ao seu antecessor, o ecrã desapareceu, fazendo com que todas as informações tenham de ser vistas no smartphone ou tablet, e os botões foram alterados. O botão do modo Sport passou para a frente e foi adicionado um botão de função (fn).

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No topo, os botões foram reposicionados, passando a haver apenas um botão de função (antes eram 2) e passando a haver apenas um botão para controlo da posição da câmara, deixando de existir o botão dedicado ao controlo do equilíbrio de brancos.

No fundo continuamos a ter uma porta USB e na lateral esquerda uma porta micro-USB para ligar os cabos que acompanham o drone e para carregar o comando.

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A novidade mais interessante foi a possibilidade de retirar os joysticks, passando a haver um compartimento na zona inferior onde os podemos guardar para facilitar o transporte.

Infelizmente o suporte está pensado apenas para smartphones, sendo quase impossível posicionar um tablet para controlo do drone.

App – DJI Go 4

Para controlar o DJI Mavic Air, a marca disponibiliza uma aplicação para Android e iOS chamada DJI Go. Esta é uma aplicação transversal a todos os modelos, embora na loja se possam encontrar duas versões distintas (uma para modelos pré-Phantom 4 e outra pós-Phantom 4.

Ao iniciar a aplicação é necessário ter uma conta DJI, que pode criar diretamente da aplicação. Após descarregar as atualizações, quer do drone, do comando ou do geofencing está pronto a voar.

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Embora no início demore um pouco a habituar às várias opções e definições que a aplicação oferece, com o tempo torna-se mais simples de trabalhar.

Além das diversas configurações, personalizações e otimizações que pode fazer ao voo do drone, é ainda possível selecionar os voos inteligentes e ativar o desvio inteligente de objetos.

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Com esta aplicação pode ainda ver as imagens FPV do drone, verificar a posição do mesmo, saber a que altura e distância se encontra e o tempo que necessita para voltar para trás (tempo pode não ser real se estiver vento).

Com o desaparecimento do botão para controlar o equilíbrio de brancos, todas as configurações de imagem são agora feitas no ecrã do smartphone, o que torna a experiência de adaptação às condições de luz um pouco inferior quando comparado ao modelo Pro.

DJI mavic pro app

Se está a pensar levar o drone numa aventura exterior, é importante que o ligue primeiro em casa à aplicação pois caso haja alguma alteração a fazer, o drone não irá voar enquanto não for feita.

Com a polémica que se tem gerado nos últimos tempos com os locais de voo, é importante que também verifique se não está numa zona limitada, visto que o geofencing impede a descolagem do drone em locais perto de hospitais, aeroportos, bases áreas ou estádios de futebol.

Montagem

Tal como o Mavic Pro, este novo drone é retrátil e de fácil montagem. Quando quiser voar com o mesmo, em pouco mais de um minuto tem o drone pronto a voar.

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O processo de montagem é rápido e intuitivo. Basta tirar o drone da bolsa, colocar as pernas do drone para fora, descer os apoios das pernas frontais e ligar o drone. Depois, é só pegar no comando, ligá-lo, retirar os joysticks do seu lugar de arrumação, enroscar nos lugares corretos, colocar o smartphone no suporte, ligar o cabo USB e está pronto a voar.

Embora pareçam muitos passos, este é um processo muito simples e que se faz sempre da mesma maneira. Veja todos os passos no vídeo que apresentamos mais à frente.

Alcance e estabilidade

Embora seja um drone de pequenas dimensões, o DJI Mavic Air não se intimida na hora de levantar voo e enfrentar os desafios que a altitude impõe. O drone apresenta uma boa estabilidade, mesmo quando o vento começa a bater um pouco mais forte.

A nível de estabilidade de gravação, o estabilizador de 3 eixos também não desilude e mantém a imagem livre de quaisquer efeitos do vento.

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Quanto ao alcance, embora sejam anunciados 4 Km, segundo as normas CE do comando, apenas será possível voar com este drone com uma distância máxima de 2 Km em campo aberto. Na prática, nos voos que realizamos, o drone alcançou uma distância entre 1/1.5km quando perdeu o alcance. Por vezes, também se notava um certo atraso na reação do drone face ao movimento feito no comando.

Quando comparado ao Mavic Pro, a ligação entre o drone e o comando é claramente um ponto negativo. A falta da tecnologia OcuSync é algo que se nota, embora não se tenham registado grandes problemas com o DJI Mavic Air.

Armazenamento interno e externo

Até agora, para gravar imagens era necessário inserir um cartão de memória. Embora ajudasse a ter uma grande capacidade, acontecia várias vezes ir voar com o drone e só depois de estar no terreno lembrar que tinha deixado o cartão no computador.

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Com a chegada do DJI Mavic Air este problema foi minimizado, passando a haver uma memória interna de 8GB para armazenar os ficheiros. Embora não seja uma capacidade muito alta, é suficiente para guardar uma gravação em 4K com a duração do tempo de voo de uma bateria.

Para quem quiser mais espaço, basta seguir o procedimento habitual e juntar um cartão de memória microSD.

Controlo por gestos e smartphone

Além do controlo com o comando, existem outras formas de controlar o drone. O Mavic Air permite ser controlado apenas pelo smartphone, no entanto com uma dificuldade acrescida e com um alcance de apenas 100m em campo aberto.

Com o Spark, a DJI introduziu um novo modo de controlo, os gestos. O novo Mavic Air herda também esta tecnologia, agora melhorada. Se não quiser utilizar o smartphone ou o comando, pode simplesmente utilizar as mãos para controlar o drone nas proximidades, tomando as rédeas do drone como um autentico Jedi.

DJI Spark - 08

 Fotografia

Com um sensor CMOS 1/2.3” de 12 MP e uma lente com abertura f/2.8 esta não é uma câmara que surpreenda, mas que cumpre com as exigências e com o que se compromete.

As fotos, embora não sejam fantásticas em contexto profissional, já permitem captar boas fotografias, especialmente para o mercado de consumo a que se destina. Para quem procura tirar algumas fotografias a partir do ar, esta é sem dúvida uma boa solução e irá agradar a grande parte dos seus utilizadores.

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Infelizmente, ao contrário do Pro, este modelo não permite captar fotografia enquanto estamos a gravar um vídeo, obrigando a parar a gravação para tirar uma fotografia.

Conheça alguns exemplos de fotografias tiradas com o DJI Mavic Air:

Vídeo

A nível de vídeo, este drone permite captar imagens com uma resolução máxima a 4K e 30 fps. Além disso, é possível também filmar em slow-motion, a 120 fps em 720p. Todas as imagens são captada sem grandes dificuldades, com uma boa estabilização e com uma boa qualidade no geral. O movimento da câmara pode ser controlada manualmente, para cima e para baixo, através do botão de controlo no topo do comando.

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A focagem automática, embora ainda não seja perfeita, já melhorou desde o modelo Pro. Já a adaptação a diferentes condições de luz é bastante visível nas imagens e foi piorada pela perda do botão para controlo do equilíbrio de brancos.

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O DJI Mavic traz também alguns modos de gravação inteligente que facilitam na hora de captar algumas imagens aéreas, dando um aspeto mais profissional sem ser necessário grandes conhecimentos. Além dos modos já incluídos no Spark, como o Dronie, o Circle e o Helix, foram agora adicionados mais dois modos, o boomerang e o Asteroid. Para utilizar estes modos, basta escolher a opção Quickshot e depois selecionar o modo que preferir. Por fim, selecione no ecrã do smartphone o objeto ou pessoa central e carregue em ok. A partir deste momento, todo o movimento do drone é automático.

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De forma a poder avaliar melhor a qualidade de gravação, veja o vídeo com algumas imagens que captámos:

Autonomia

Em relação à autonomia, o DJI Mavic Air cumpre com o que promete. Embora o tempo de voo varie consoante alguns fatores, como  o vento e a velocidade, consegue-se facilmente um tempo de voo que ronde os 20 minutos.

Durante o voo, é realmente importante ter em atenção ao vento, visto que caso o drone necessite de regressar contra o vento, a bateria é gasta muito rapidamente. Ou seja, se para se deslocar para um determinado local consumiu 40% de bateria, se apanhar vento no regresso, o drone pode não conseguir chegar ao local de descolagem.

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Quanto ao tempo de carga, a bateria do DJI Mavic Air demora cerca de uma hora a completar os 100%. Infelizmente ainda não é possível carregar o drone por USB, obrigando a ligar a bateria à base de carga.

Licenças e cuidados com voo

Dado que o DJI Mavic Air pesa 460 gramas, já não é considerado uma aeronave brinquedo. Tal como todos os drones, o voo com o Mavic Air rege-se por um regulamento que enuncia as regras de voo.

Para evitar problemas e situações desagradáveis para o piloto, recomendamos que siga as leis existentes para este tipo de atividade:

  • Assegurar de que o drone está em perfeitas condições
  • Seguir as instruções de segurança do fabricante
  • Manter o contacto visual com o drone ao longo de todo o voo
  • Voar só com boa visibilidade e boas condições meteorológicas
  • Se avistar uma aeronave tripulada, deve desviar-se e dar-lhe prioridade
  • Respeitar a privacidade de todas as pessoas
  • Manter uma distância segura de pessoas e bens, de forma a evitar danos causados pelo drone. Para aeronaves brinquedo a distância mínima é de 30 metros.
  • Não sobrevoar concentrações de 12 ou mais pessoas
  • Não voar sem autorização da ANAC para drones que pesem mais de 25 kg.
  • Não realizar voos noturnos, além da linha de vista ou acima dos 120 metros sem autorização da ANAC.
  • Não sobrevoar áreas restritas, proibidas, perigosas, reservadas ou temporariamente reservadas
  • Não sobrevoar zonas de sinistro onde estejam a decorrer ações de proteção e socorro sem autorização do comandante de operações
  • Não voar acima das alturas definidas nas áreas de proteção operacional dos aeroportos nacionais sem autorização da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC)
  • Não realizar fotografia ou filmagens aéreas sem contactar previamente a Autoridade Aeronáutica Nacional (AAN)
  • As aeronaves brinquedo não podem sobrevoar pessoas nem voar acima de 30 metros de altura

Lista de siglas e acrónimos

Siglas e acrónimos

  • AC = Aircraft
  • AGL = Above Ground Level
  • AMA = Academy of Model Aeronautics
  • AMSL = Above Mean Sea Level
  • ARTF = Almost ready to fly
  • ASL = Above Sea Level
  • ATTI = Attitude
  • AUW = All Up Weight
  • BNF = Bind n Fly (transmitter)
  • BTU= Blue Tooth Unit
  • BLOS = Beyond line of sight
  • BVLOS =Blocked Visual Line of Sight
  • Cal= Calibration
  • CA = Collision Avoidance
  • CAA = Civil Aviation Authority (UK Regulator)
  • CAAS = Civil Aviation Authority of Singapore (Singapore Regulator)
  • CL = Course Lock CSC combination stick command
  • DJI = Da-Jiang Innovation
  • ESC= electronic speed controller
  • FAA = Federal Aviation Administration (US Regulator)
  • FPV = first person view
  • FRZ – Flight Restricted Zone
  • FS = Failsafe
  • GHz = Giga-hertz
  • GLONASS = Global Navigation Satellite System (Russian Satellite Navigation System)
  • GPS = Global Positioning System
  • HL = Home Lock
  • IR = Internal Resistance
  • IOC = Intelligent Orientation Control
  • IMU = Inertial Measurement Unit
  • LHCP = Left Hand Circular Polorized
  • LiPo = Lithium-Polymer (battery)
  • LOS = Line of sight
  • MC = Main controller
  • NFZ = No Fly Zone
  • MHz = Mega-hertz
  • MSL = Mean Sea Level
  • Nicad = Nickle Cadmium
  • NOTAM = Notice to Airmen
  • OA = Obstacle Avoidance
  • OP = Original Poster
  • POI = Point of Interest
  • RC = Remote Control
  • RHCP = Right Hand Circular Polorized
  • RTF = Ready to fly
  • RTH = Return To Home
  • RTM = Read The Manual
  • Rx = Receiver
  • SFRA = Special Flight Rules Area
  • SOC = State Of Charge
  • SUA = Small Unmanned Aircraft (What the CAA call what we fly)
  • SUSA = Small Unmanned Surveillance Aircaft (What the CAA call what we fly)
  • sUAS = Small unmanned aircraft system (what the FAA calls what we fly)
  • Tx = Transmitter
  • UAV = Unmanned aerial vehicle
  • VLOS = Visual line of sight
  • VRS = Vortex Ring State
  • VTx = Video Transmitter
  • VRx = Video Receiver
  • VPS = Visual Positioning System
  • WOT = Wide Open Throttle

Conclusões

Além dos drones mais direcionados para o mercado profissional, a DJI tem também apostado em soluções mais comerciais. Com o lançamento do Mavic Pro, destinado aos aventureiros, a marca chinesa iniciou um ciclo de mobilidade e facilidade transporte, que continuou com o Spark e agora com o DJI Mavic Air.

Embora muitos esperassem um sucessor do Mavic Pro, a marca chinesa decidiu lançar, para já, uma mistura do Spark e do modelo Pro, mas que não deixa de apresentar várias novidades. Além de herdar o controlo por gestos do modelo mais pequeno, o Mavic Air apresenta-se com 7 sensores que lhe dão maior liberdade no voo autónomo. A câmara, embora não tenha evoluído muito, consegue captar boas imagens, pecando apenas pela adaptação à luz demasiado forçada no modo automático.

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Neste drone todos os pormenores foram também pensados para dar ao utilizador uma melhor experiência de utilização. O drone traz umas linhas mais modernas e elegantes, é mais pequeno e até o comando foi pensado para ser mais transportável. A inclusão da bolsa no pack base é também um ponto a favor, evitando assim custos extra.

Para quem pretende ter um drone que pode levar para qualquer lado, o DJI Mavic Air é uma das melhores soluções atualmente. Pode adquirir o pack base do DJI Mavic Air, ou pode optar pelo pack combo, com mais uma bateria e outros extras.

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O Pplware agradece à DJI a cedência do DJI Mavic Air para análise.

Este drone está disponível numa campanha promocional, onde o envio é gratuito e já inclui os custos de alfândega.

FONTE: PPLWARE