6 características fundamentais sobre o mercado de criptomoedas que todo mundo precisa saber

O bitcoin está nos noticiários desde o ano passado. Primeiro, como o ativo fenômeno que valorizou 1.300% em 2017. E, depois, devido à acentuada queda no preço. De dezembro ao início de fevereiro, foram 60% de desvalorização. E ainda não há sinais claros de que esse movimento esteja próximo do fim. Apesar da recente recuperação.

Apesar disso, especialistas da Empiricus avaliam que, no médio e longo prazos, o bitcoin segue como um ótimo investimento, dadas suas características e fundamentos tecnológicos.

O mesmo pode ser dito de outros ativos digitais. Atualmente, o mercado conta com 1.300 altcoins. “É claro que nem todos terão sucesso no longo prazo. Os ativos de qualidade precisam estar na sua carteira e os que não são precisam sair”, explica Vinicius Bazan , editor-analista da Empiricus e coautor da sérieEmpiricus Crypto Alert .

Para quem não tem moedas digitais na carteira, o momento de baixa também pode ser visto como uma oportunidade de compra. Porém, antes escolher em quais criptomoedas investir, é preciso entender a diferença entre bitcoin e altcoins.

O bitcoin surgiu após a crise econômica de 2008, quando uma pessoa ou grupo (não se sabe ao certo) chamado Satoshi Nakamoto criou uma moeda digital que permitia às pessoas comuns transacionar valores sem precisar de um banco ou instituição financeira. O bitcoin nasceu de forma totalmente descentralizada. “O objetivo do bitcoin é facilitar as transações financeiras, tirar o poder das grandes instituições e dá-lo às pessoas”, ressalta o especialista da Empiricus .

Com o tempo, o protocolo do bitcoin sofreu transformações e o excesso de pessoas utilizando a rede do blockchain aumentou a ponto de as transações ficarem muito caras, inviabilizando o uso da moeda como meio de pagamento. Em paralelo a esse encarecimento das taxas, surgiram moedas digitais alternativas, com propostas para resolver esses e outros problemas da principal criptomoeda do mercado. “A rede Ethereum, por exemplo, funciona como um supercomputador descentralizado; a monero, como meio de pagamento focado em privacidade; e o ripple foi projetado para facilitar as trocas financeiras entre bancos”, exemplificou Bazan.

CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS SOBRE O MERCADO DE CRIPTOMOEDAS

• 1) Mercado que nunca fecha: diferente de uma Bolsa de Valores, na qual as transações podem ser negociadas durante um período comercial, o bitcoin e as altcoins são negociados 24 horas por dia, sete dias por semana e 365 dias por ano. Esse mercado nunca para. Não tem fim de semana nem feriado.
• 2) Mercado global: essa é uma grande qualidade do bitcoin e das altcoins. As criptomoedas existem no mundo inteiro e, portanto, não há barreiras ou fronteiras para seu uso como dinheiro. É possível enviar moedas digitais do Brasil para os Estados Unidos, por exemplo, de maneira simples e rápida, em questão de minutos.
• 3) Segurança e transparência: o bitcoin e as altcoins trabalham baseados em uma tecnologia única, chamada blockchain. Ela utiliza a criptografia para garantir a segurança entre as transações. Basicamente, funciona como uma planilha de Excel, na qual se tem os registros de todas as transações que já foram feitas ao longo do tempo. O blockchain foi desenvolvido para evitar fraudes.
• 4) Moedas descentralizadas: isso significa que não existe um banco ou uma instituição financeira que emite ou controla essas moedas; o controle fica nas mãos das pessoas. Nem todas as altcoins são assim, mas esse é o ponto fundamental que deu ao bitcoin espaço e valorização ao longo dos anos.
• 5) Tendência deflacionária: é uma característica do bitcoin e de algumas altcoins. O bitcoin, por exemplo, tem uma produção limitada, que se encerrará quando atingir 21 milhões de unidades da criptomoeda, o que, segundo estimativas, acontecerá no ano de 2140. Isso significa que há uma escassez e, conforme a oferta diminuir e ocorrer o processo de deflação, a moeda deve valorizar como consequência.
• 6) Não existem intermediadores: hoje, para fazer uma TED ou um DOC, é preciso haver um banco para intermediar a transação. Para realizar operações com bitcoin ou altcoins, contudo, não há necessidade de uma instituição financeira intermediadora. Isso torna o processo mais simples, rápido e, muitas vezes, menos oneroso.

QUAIS SÃO AS CRIPTOMOEDAS MAIS POPULARES?

bitcoin é a moeda digital mais importante porque surgiu primeiro e dominou o mercado.

Em segundo lugar em market cap (valor de mercado), está a moeda do Ethereum, criado para ser um computador descentralizado que roda vários aplicativos, entre eles os smart contracts (contratos inteligentes).

Na sequência, vem o ripple, cuja plataforma se propõe a oferecer soluções para as transações entre bancos.

Em quarto lugar vem o bitcoin cash, que é uma derivação do bitcoin e que traz entre as suas propostas a busca por transações mais rápidas.

Depois, está o litecoin, que também é uma derivação do bitcoin e tenta trazer melhorias que a pioneira das criptomoedas ainda não implementou.

“Mas não é porque uma altcoin é superpopular que ela deve ser a sua escolhida. Existem outros critérios a serem levados em consideração”, alerta Bazan. Entre eles, está a análise tecnológica, que busca entender qual é a proposta de um determinado protocolo. “Na hora de escolher, a primeira dica é olhar qual é o problema que essa altcoin resolve. Ela é boa o suficiente para atrair a atenção das pessoas e se valorizar? Lembrando que a valorização das criptomoedas é explicada pelo número de pessoas que as usam”, arrematou o editor-analista da Empiricus.

FONTE: EXAME