Yutu-2: explorador robótico chinês descobre gel misterioso na Lua

Uma matéria de brilho e cor fora do esperado despertou a atenção de cientistas chineses. Será mesmo vidro derretido a substância misteriosa analisada pelo espectrómetro do rover Yutu-2?

rover robótico Yutu-2 que a Agência Espacial chinesa tem vindo a operar no denominado lado oculto da Lua deparou com uma substância desconhecida, que aparenta ter as características de um gel. A “descoberta” ocorreu a 28 de julho, e levou os cientistas chineses a reformularem parte do périplo da exploração da parte da Lua que os humanos não veem devido às rotações síncronas entre Terra e o respetivo satélite natural.

De acordo com o site Space.com, o Yutu-2, o rover robótico que foi libertado na Lua depois da aterragem da sonda Chang’e-4 em dezembro de 2018, terá recolhido os primeiros dados sobre a matéria gelatinosa numa cratera, que foi fotografada pouco antes da interrupção temporária agendada para proteger a sonda robótica chinesa da exposição ao sol.

As imagens terão então revelado uma substância com brilho e cor fora do esperado. E foi esse primeiro sinal que levou os cientistas chineses a manobrarem remotamente a sonda, com o objetivo de a aproximar da cratera. Uma vez nas imediações, o rover Yutu-2 ativou um espectrómetro de luz visível e próxima dos infravermelhos (conhecido pela sigla VNIS) que recolheu os primeiros dados relativos à dispersão e reflexos da luz sobre a substância misteriosa.

Os investigadores chineses ainda não identificaram a substância, nem se pronunciaram sobre as causas ou origens que poderá ter. Na comunidade científica, há quem alvitre que a matéria gelatinosa possa resultar da colisão de meteoritos na crosta lunar, que terá gerado algo descrito como vidro derretido.

O Space.com recorda que esta não é a primeira vez que uma missão de exploração lunar deteta uma matéria de origem desconhecida. Na missão Apollo 17, o astronauta Harrison Schmitt também detetou no solo uma substância de cor alaranjada.

A descoberta remonta a 1972 e ocorreu num local conhecido por Taurus-Littrow. Os cientistas admitiram na altura que a substância pudesse ter sido gerada por uma erupção vulcânica, há cerca de 3,64 mil milhões de anos. Passados 47 anos, a questão volta a colocar-se – mas desta vez caberá aos cientistas da agência espacial chinesa desvendarem o mistério sobre mais uma das misteriosas matérias lunares.

 FONTE: EXAME INFORMÁTICA