Universidade Federal do Rio Grande do Norte quer criar um ‘Vale do Silício brasileiro’

Parque Tecnológico do Instituto Metrópole Digital, administrado pela instituição de ensino, conta com incentivos fiscais e infraestrutura diferenciada para fomentar pequenos negócios. Programas de aceleração e incubação também fazem parte do incentivo

O Parque Tecnológico Metrópole Digital apresenta condições especiais para o fomento do empreendedorismo. (Foto: Divulgação)

Muito além do turismo, o Rio Grande do Norte é um lugar favorável para o empreendedorismo. Foi para apresentar essa ideia que o Sebrae-RN promoveu um evento na última terça-feira (3), em São Paulo. O objetivo do encontro era apresentar o Parque Tecnológico do Instituto Metrópole Digital (IMD) para o ecossistema paulistano.

Fundado em 2008, na cidade de Natal, capital do estado, o IMD é uma unidade acadêmica especializada da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A instituição de ensina capacita profissionais na área de tecnologia por meio de cursos técnicos, superiores e pós-graduações.

O Instituto também promove a formação de jovens com altas habilidades (também conhecidos como “superdotados”) que estejam cursando o ensino fundamental, médio ou os dois primeiros anos da graduação.

Vale do Silício brasileiro
Mas o objetivo do espaço vai muito além da capacitação de profissionais para o mercado de trabalho. “A organização do Instituto tem como objetivo fomentar o empreendedorismo e inovação”, diz Anderson Paiva Cruz. Foi para tornar isso possível que o Parque Tecnológico do Instituto Metrópole Digital, no qual ele é diretor, foi criado em 2017.

A Instituição também oferece infraestrutura física, como salas de aulas e de reunião, coworkings e auditórios por preços extremamente competitivos, conta Cruz.

Segundo Rodrigo Romão, vice-diretor do Parque, um regime tributário diferenciado é outro fator que torna a região especialmente favorável para as empresas. Um negócio credenciado pode ter descontos de até 5% no ISS, 95% no IPTU e isenção completa do TLL.

Para a concessão desses incentivos, é necessário realizar um credenciamento digital. Os pré-requisitos são: estar localizado dentro da área do Parque Tecnológico e atuar na área de tecnologia da informação. O empreendedor também precisará apresentar o CNPJ da sua empresa, um descritivo das atividades e uma certidão negativa de débito municipal. “Caso a comissão avaliadora ainda tenha alguma dúvida, o empreendedor também pode ser chamado para contar um pouco mais do seu negócio”, diz Romão.

De acordo com Anderson Paiva Cruz, o propósito de tudo isso é apenas um: tornar o Rio Grande do Norte um polo de empreendedorismo, inovação e oportunidades. “O Parque Tecnológico atua para provocar em Natal a mesma coisa que aconteceu no Vale do Silício”. De acordo com o diretor do Parque Tecnológico Metrópole Digital, a integração com o ambiente acadêmico e a infraestrutura de ponta têm um papel fundamental para que isso se torne possível.

Com dois anos de funcionamento, o polo de TI já conta com mais de 50 empresas credenciadas.

Tecnologia e inovação
Além dos benefícios fiscais e da consultoria com especialistas, os empreendedores têm acesso a toda a infraestrutura tecnológica do IMD. Isso inclui laboratórios, internet de alta velocidade e um datacenter – que, segundo Cruz, é o segundo maior do Nordeste.

A instituição também conta com uma incubadora, a Inova Metrópole.

O sistema, formado por diversos programas, começa com uma pré-incubação de 12 meses. Segundo Cruz, a ideia é que essa etapa ajude os empreendedores “a transformar um MVP em um modelo negócios”.

Já o programa de incubação é destinado a empresas já formalizadas que estão desenvolvendo soluções inovadoras na área de TI. Durante um período de até 36 meses, os empreendedores participantes têm acesso a assessorias em gestão, marketing, tecnologia, desenvolvimento organizacional e finanças. Uma rede de mentores e a infraestrutura do IMD também estão disponíveis para esses negócios.

O programa Acelera Inova é outro destaque oferecido pelo Parque. Durante 6 meses os especialistas do IMD ajudam empreendedores que têm uma ideia inovadora a criarem um protótipo funcional.

FONTE: PEGN