Turismo reforça em 50% verbas para acelerar startups

No ano que vem o investimento público nesta área vai atingir os €1,5 milhões. Número de startups a acelerar aumenta em uma centena.

Governo vai disponibilizar em 2019 um total de €1,5 milhões para programas de aceleração de startups na área do turismo, uma verba que representa um aumento de 50% em relação ao valor praticado este ano. O objetivo é aumentar o número de novos projetos empresariais abrangidos, superando os 400.

“Com estes programas de aceleração passamos a ter uma rede de inovação e novos negócios desenvolvidos por estas startups, que depois partilhamos com a indústria turística,” explicou à EXAME a secretária de Estado do Turismo, à margem da Web Summit, que esta quinta-feira terminou em Lisboa e onde estiveram presentes 25 startups nacionais ligadas ao setor turístico.

Segundo Ana Mendes Godinho, no ano passado o programa de aceleração, com €1 milhão atribuído, permitiu a aceleração de 250 startups em 11 programas realizados em todo o País através da rede de incubadoras de turismo. Em 2018 esse número subiu para 350 startups e 15 programas. No ano que vem, os €1,5 milhões vindos do orçamento do Turismo de Portugal deverão permitir acelerar 450 empresas, estima.

Entre os projetos já dinamizados com o apoio do Governo estão, por exemplo, carros elétricos para passeios turísticos com câmaras acopladas que permitem partilhar a viagem nas redes sociais; plataformas que permitem a anfitriões registados servir refeições típicas a qualquer turista de visita ao País; ou aplicações com que se pode requisitar um guia pessoal ou mordomo a partir do hotel.

Há ainda uma aplicação que calcula a energia e água consumidas pelo cliente e deduz essa poupança na fatura final no hotel. “Esta startup tem participado nos projetos do Turismo 4.0 e já está a trabalhar com uma das maiores redes internacionais de hotéis para ter a aplicação nas várias unidades,” refere a secretária de Estado, salientando a aproximação entre cliente e fornecedor potenciada por este modelo.

A peça mais recente da estratégia para o empreendedorismo no setor foi colocada em setembro, com o lançamento do NEST, o centro de inovação para o Turismo. A associação de direito privado, em constituição, vai ser liderada pelo Turismo de Portugal, contando entre os privados com a Google, Microsoft, Amadeus, BCP, BPI, ANA Aeroportos e Nos. A sede ficará instalada fora de Lisboa (a norte do Tejo, num local a designar até ao fim do ano) e o centro terá abrangência nacional, potenciado pela rede de Escolas de Hotelaria e Turismo como espaços de incubação.

“O centro de inovação vai ser o mobilizador de todos os outros aceleradores de startups do Turismo, é o ‘chapéu’ que aproveita e mobiliza o trabalho de todos. Vamos transferir parte do programa Turismo 4.0 para o centro de inovação, que também antecipará tendências,” assinala Ana Mendes Godinho.

A internacionalização é também um objetivo para esta rede, que vai acolher e incubar três das 10 startups selecionadas no âmbito de um concurso lançado pela Organização Mundial do Turismo.

FONTE: EXAME