A empresa conta com um catálogo de mais de 500 equipamentos e ajuda pessoas a gerar renda com itens que não estão utilizando.
A startup LOC aposta na inteligência logística para conectar pessoas que têm equipamentos audiovisuais Divulgação
De olho nas tendências da economia compartilhada, a startup pernambucana LOC aplica o conceito ao aluguel de equipamentos como câmeras, drones e outros instrumentos audiovisuais. A empresa conecta pessoas que têm os itens em casa àqueles que precisam utilizá-los por algum período. A ideia é beneficiar as duas partes: quem precisa usar os equipamentos pode economizar, por não precisar comprá-los, e quem está com eles parados em casa pode fazer renda extra com o aluguel.
Caio Danyalgil, fotógrafo e fundador da LOC, conta que o modelo de negócio nasceu a partir da sua necessidade de gerar renda com equipamentos de alto custo que ele tinha comprado. Ele também tinha o desejo de permitir que eles fossem utilizados por mais pessoas que não tinham condições de adquiri-los. “Foi quando vi que a partir do modelo de economia compartilhada poderia suprir essas duas lacunas”, diz ele.
A ideia surgiu em 2020, no auge da pandemia da Covid-19. Mas foi em outubro de 2021 que o projeto definitivamente saiu do papel. Junto com outros amigos, o empreendedor desenvolveu uma plataforma digital e iniciou a construção da rede de parceiros que também tinham interesse em compartilhar seus equipamentos.
Uma pesquisa da consultoria PwC estima que a economia colaborativa movimenta cerca de US$ 15 bilhões anualmente, podendo chegar a US$ 335 bilhões até 2025. Além disso, apontou que 86% das pessoas entrevistadas acreditam que esse tipo de negócio proporciona acessibilidade e economias significativas de custos para os consumidores que a utilizam.
A LOC começou suas operações de compartilhamento de equipamentos reunindo pessoas que tinham algum instrumento, como câmera fotográfica, tripé, lentes, microfones, entre outros. Por ser um empreendimento totalmente digital, os produtos são divulgados no site da empresa, que funciona como uma espécie de vitrine. “Começou tudo muito organizado, com contrato digital, site, atendimento especializado e motoboy com uma bag que tinha a nossa marca. Isso passou credibilidade e atraiu clientes”, explica o fundador.
Para desenvolver um empreendimento que abraçasse a tendência mundial de conexões e compartilhamento, Caio Danyalgil estudou mercados em potencial para desenvolver o produto e adequar a oferta para quem procura esse tipo de serviço.
“Fomos a São Paulo e estudamos o mercado de locação, e fomos a Florianópolis para entender um público em especial: os nômades digitais. Acreditamos que este é um mercado para o futuro, porque são pessoas que buscam a facilidade de ter acesso a equipamentos de qualidade a um preço acessível”, afirma.
O passo seguinte foi investir em comunicação para fazer com que a plataforma chegasse às pessoas interessadas em alugar ou ganhar dinheiro com o seu equipamento. Atualmente, a empresa conta com um catálogo de mais de 500 equipamentos que podem ser alugados de forma fácil, com uma conversa do WhatsApp.
Entre os produtos para locação estão câmeras, lentes, drones, estabilizadores, equipamentos de iluminação, acessórios, kits, projetores, painéis, iPhones, óculos 3D, maquinaria e até estúdios, para quem deseja fazer sessão de fotografia ou gravar algum vídeo profissional. Os serviços incluem ainda operação de drones, tour virtual, projeções de vídeo mapping e painéis de LED.
Os preços dos aluguéis podem variar entre R$ 100 a R$ 100 mil, e o cálculo é feito de acordo com a marca e o modelo de cada produto, além do período de locação. Neste ano, a empresa faz sua estreia no mercado B2B vai expandir sua atuação para além da capital pernambucana. A empresa iniciará a operação em mais duas cidades: João Pessoa, na Paraíba, e a cidade do Porto, em Portugal.
Ainda no cenário internacional, a startup participa de dois programas de incubação, um no Parque da Ciência e da Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC) e o outro na incubadora A Praça, localizada na cidade do Fundão (PT).
Agora, o plano é montar uma força-tarefa para ampliar a rede de parceiros interessados em ceder seus equipamentos para locação, expandindo a oferta no Norte e Nordeste.
Como funciona
Para colocar um equipamento para alugar na plataforma da LOC, o fornecedor, chamado de parceiro, deve entrar em contato com a empresa, informar os seus dados e os detalhes dos equipamentos. A equipe avalia todas as condições técnicas e firma o contrato. Em seguida, o produto entra para vitrine, que pode ser acessada pelo público interessado.
Uma vez que um cliente solicita um aluguel, a equipe faz o contato com o fornecedor para buscar o equipamento. Neste meio tempo, é formalizado o contrato e pagamento. Por fim, o serviço de delivery leva o equipamento até a casa do consumidor final no dia e horário agendado. Depois, é feito o serviço de recolhimento.
A empresa conta também com a ‘’Proteção da Comunidade’’, que assegura ao cliente a garantia de reembolso em caso de danos e quedas nos equipamentos.
Impacto positivo
Visando fortalecer a comunidade audiovisual, a LOC possui seus próprios programas sociais. Em 2021, lançou a Coleção Estandarte – iniciativa que visa valorizar os artistas locais e divulgar os seus trabalhos para os clientes e parceiros diariamente. “Com esse trabalho, queremos reforçar a marca e o compromisso social de contribuir com a cena cultural de Recife”, explica o fundador.
Em junho de 2022, surgiu também o programa Novo Olhar, que empresta gratuitamente equipamentos para estudantes de cursos superior e técnico, das áreas de cinema, fotografia e comunicação social.
“A ideia é apoiar os estudantes que muitas vezes não têm acesso a equipamentos. Queremos que eles possam tirar as ideias do papel e colocá-las em prática com equipamentos de qualidade para experimentar. Desse modo, seguimos contribuindo para inserção de novos produtores e novas formas de pensar a cadeia audiovisual”, destaca Danyalgil.
FONTE: https://revistapegn.globo.com/ideias-de-negocios/noticia/2023/04/startup-oferece-aluguel-de-cameras-lentes-e-drones-conectando-donos-de-equipamentos-parados-a-interessados.ghtml