Softbank Group investe US$ 100 milhões na Loggi, startup paulistana de entregas

O Softbank Group investiu US$ 100 milhões na startup paulista de logística e entregas Loggi, de olho no rápido crescimento do nosso e-commerce — e, provavelmente, pensando na dificuldade que o brasileiro passa por depender do serviço dos Correios.

Premiada no Top Startups 2018 do LinkedIn, a Loggi tem sua sede na cidade de São Paulo e oferece, tanto no aplicativo como na página web, serviços de motoboy para retirada e entrega de pacotes, fornecendo uma estimativa de prazo e de custo já no momento de contratação.

Cofundado por Fabien Mendez em 2013, a Loggi conta com investimentos anteriores na ordem dos US$ 3,3 milhões, liderados por nomes como o Qualcomm Ventures e o Dragoneer Investment Group. Nesta última rodada, a empresa espera levantar mais US$ 111 milhões. “O Brasil está carente de boa conectividade”, diz Mendez, que vez ou outra faz questão de entregar pessoalmente alguns dos serviços contratados por meio do aplicativo. “O grande problema é a logística. Pode levar uma média de 10 dias para uma entrega de e-commerce”, conclui Mendez, abordando a crise operacional que assola aos Correios.

Um pacote leva 28 minutos para chegar da Liberdade à Paulista com a Loggi (Captura de Tela: Ares Saturno / Canaltech)

Um diferencial da Loggi é atender não apenas entregas de pacotes e documentos, mas também oferecer a retirada de alimentos em restaurantes com entrega em domicílio. Para os prestadores de serviço, isso é uma vantagem por permitir opções rentáveis mesmo durante o período de almoço. O serviço se assemelha a outras startups de sucesso, como é o caso da colombiana Rappi, que atingiu avaliação de US$ 1 bilhão no mês de setembro, despontando como unicórnio. A Amazon também está de olho nas oportunidades criadas pelos problemas de logística do Brasil com sua empresa CargoX, financiada pelo Goldman Sachs.

O Softbank Group já tem um razoável histórico de investimentos em serviços de logísitca: ele liderou, no início de 2018, investimentos de US$ 535 milhões na DoorDash Inc., um aplicativo de entrega de alimentos com sede em San Fracisco, na Califórnia. Além disso, o grupo também adquiriu 15% da Uber Technologies Inc. “A logística brasileira é fragmentada, ineficiente e recebe poucos investimentos, tornando-se um mercado atraente”, comentou Akshay Naheta, sócio do Softbank Investment Advisers. “Acreditamos que a Loggi é a líder de mercado e está desbloqueando o crescimento da economia on-demand”, completou Naheta.

A Loggi possui 12 centros de triagem de encomendas em São Paulo (Imagem: Divulgação / Loggi)

Mas os US$ 111 milhões em investimentos podem fazer com que a Loggi alcance ainda mais destaque: o plano é usar o financiamento para desenvolver melhorias nas áreas de robótica e engenharia. A empresa possui 12 pequenos centros de distribuição espalhados em toda a cidade de São Paulo, onde os pacotes chegam para serem classificados e encaixados no itinerário mais eficiente em termos de tempo e custo, sendo em seguida remetidos para os motoristas parceiros. Toda a tarefa leva menos de uma hora, mas ainda há melhorias que podem ser feitas com automatização de alguns processos.

Fabien Mendez, que antes de fundar a Loggi atuou como analista de fusões e aquisições, pretende levar a startup para além dos grandes centros urbanos do sudoeste do Brasil. Segundo seu cofundador, a empresa registra, atualmente, 3 milhões de entregas e está crescendo num ritmo acelerado, cerca de 25% ao mês.

Fonte: Bloomberg