Robótica: suporte pedagógico que ajuda a ampliar gosto pela ciência e tecnologia

Na rede SESI Bahia de educação, a Robótica é uma disciplina do currículo que permite ao estudante vivenciar experiências e a aprender praticando os conceitos de física e matemática

Mesa da edição 2018 do Torneio SESI de Robótica, que estimula os participantes a pensarem soluções dentro do tema Into Orbit – Conquista do Espaço Foto: Jefferson Peixoto Coperphoto Sistema Fieb — Foto: Jefferson Peixoto Coperphoto Sistema Fieb.

É estudo ou é brincadeira? Diante da pergunta sobre robótica educacional, Luan Matheus Santos de Jesus, 17 anos, aluno do 2º ano da Escola SESI Djalma Pessoa, localizada no bairro de Piatã, em Salvador, não hesita. Desde os 7 anos em contato com os robôs montados com Lego, ele acha que é um pouco dos dois. “É brincadeira, porque acabo me divertindo, mas também é estudo, porque aprendo. A robótica me mostra novas possibilidades”, fala o jovem.

Luan teve seu primeiro contato com a robótica na escola do SESI do município de Candeias, onde estudou até se transferir para a Escola Djalma Pessoa, há dois anos. Quase ‘doutor’ em robótica, afinal, são mais de dez anos de prática, ele acabou se tornando um mentor para os mais novos.

Um mentor, define o estudante, é como se fosse um técnico, mas ao mesmo tempo é um componente da equipe. Seu papel, é dar suporte aos novos membros. Ele também revela que acaba aprendendo nesta troca de experiência. “Como mentor, eu repasso o que aprendi para quem está começando, mas isso também me mostra o que não aprendi. E aí, vamos avançando juntos”. Ele é mentor de duas equipes: da Hidra, da escola onde estuda, e da Tec Evolution, da sua antiga Escola SESI de Candeias.

FÍSICA E MATEMÁTICA

Além de aprender ensinando, Luan revela que “brincar” com robôs, despertou nele a vontade de querer aprender mais as matérias de Física e Matemática: “A gente tem a oportunidade de aplicar os conceitos destas duas matérias nos robôs e ver aquilo se realizando na prática”, explica o jovem que, assim como a maioria dos apaixonados por robótica, quer estudar engenharia depois do ensino médio. “Estou hesitando entre engenharia elétrica ou mecânica. A maioria dos que entram em contato com a experiência da robótica acabam se dirigindo também para a mecatrônica”, acrescenta.

Os estudante Luan Matheus de Jesus (à esquerda), que começou a praticar robótica na escola SESI de Candeias, hoje também apoia quem está começando  — Foto: Jefferson Peixoto/Coperphoto/Sistema FIEB

Os estudante Luan Matheus de Jesus (à esquerda), que começou a praticar robótica na escola SESI de Candeias, hoje também apoia quem está começando — Foto: Jefferson Peixoto/Coperphoto/Sistema FIEB

A experiência de Luan revela o que o psicólogo e filósofo suíço Jean Piaget procurou demonstrar ao longo da sua vida nos estudos sobre o desenvolvimento intelectual. Para o pensador, o conhecimento é resultado das descobertas em diversas fases de desenvolvimento, uma construção. Neste processo, a experimentação, a observação e o lúdico têm um papel relevante. Isso explica porque a robótica acaba sendo uma excelente ferramenta educacional e justifica por que, há 7 anos, a Rede SESI de Educação aposta na metodologia para desenvolver o potencial dos seus estudantes.

Equipe e professor/técnico da Escola SESI José Carvalho, de Feira de Santana, vibram com as disputas de robôs do Torneio que é realizado anualmente — Foto: Angelo Pontes/Coperphoto/Sitema FIEB

Equipe e professor/técnico da Escola SESI José Carvalho, de Feira de Santana, vibram com as disputas de robôs do Torneio que é realizado anualmente — Foto: Angelo Pontes/Coperphoto/Sitema FIEB

COMPETIÇÕES

O SESI é hoje responsável pela organização das principais competições de robôs do estado: a etapa Bahia da Olimpíada Brasileira de Robótica e a seletiva regional do Torneio SESI de Robótica First® Lego® League, competição internacional que tem a entidade como organizadora no Brasil.

Alunos da escola SESI de ensino fundamental de Candeias: primeiros passos na robótica com muita empolgação — Foto: Angelo Pontes/Sistema FIEB

Alunos da escola SESI de ensino fundamental de Candeias: primeiros passos na robótica com muita empolgação — Foto: Angelo Pontes/Sistema FIEB

As competições são importantes, na avaliação da gerente de Educação do SESI Bahia, Cléssia Lobo, porque é o momento em que os estudantes exercitam outras habilidades para o seu desenvolvimento pessoal. “Em torneios, apesar do aspecto da competição, os estudantes exercitam capacidades sócio emocionais importantes para o seu desenvolvimento como autocontrole, cooperação, empatia e valores que, inclusive, são avaliados em uma etapa do torneio, são os chamados core values, inspirados nas competições esportivas”. Entre os core values estão itens como diversão, descoberta, inovação, impacto, inclusão e trabalho em equipe.

Para Luan, participar de competições é uma experiência transformadora. “Nos torneios de robótica, aprendi a conviver com outras pessoas e a saber lidar com situações competitivas. Isso vai me servir para quando chegar ao mercado de trabalho. Os torneios acabam trabalhando na gente vários valores”, analisa.

Equipe Midas, da escola SESI João Ubaldo Ribeiro, de Luís Eduardo Magalhães, no pit de exposição do Torneio de Robótica — Foto: Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

Equipe Midas, da escola SESI João Ubaldo Ribeiro, de Luís Eduardo Magalhães, no pit de exposição do Torneio de Robótica — Foto: Angelo Pontes/Coperphoto/Sistema FIEB

 Este ano, a equipe de Luan, a Hydra, ficou em 3º lugar na OBR. Ao longo da sua história com os robôs, as equipes das quais fez parte já foram premiadas nas disputas de mesa e em design de robôs. “Sou apaixonado pela construção de robôs”, conta nosso jovem mentor, que ainda quer também aprender a mexer com programação. “Robótica é uma disciplina na Rede SESI e em toda a minha vida foi importante para o aprendizado”, complementa Luan.

FONTE: G1