Robô alimenta quem não consegue comer por conta própria

Acoplado a cadeira de rodas, robô realiza movimento de pegar o alimento e levar à pessoa

ROBÔ ALIMENTA AS PESSOAS QUE NÃO CONSEGUEM POR CONTA PRÓPRIA (FOTO: UNIVERSIDADE DE WASHINGTON/DIVULGAÇÃO)

Não são poucas as pessoas que não conseguem se alimentar por conta própria, em decorrência de alguma deficiência motora. Pensando em melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, cientistas da Universidade de Washington criaram o braço robotizado, aparelho que promete trazer mais autonomia no processo da alimentação. O robô, acoplado a uma cadeira de rodas, segura um garfo e realiza todo o movimento de pegar o alimento e levar à pessoa.

Os pesquisadores tiveram que estudar todos as micromovimentações realizadas nesse percurso, levando em conta as diferenças entre os alimentos. O processo aconteceu em fases. Primeiro, o robô teve que aprender como pegar comidas mais moles, como uma banana, depois passando para alimentos mais consistentes, como cenoura.

O teste foi feito primeiro com humanos. Para adaptar a tecnologia ao braço robótico, as pessoas vestiam sensores e realizavam o movimento de pegar alimentos de diferentes consistências com um garfo.

Os resultados ajudaram a diferenciar e a trazer mais efetividade ao movimento. Questões básicas, como, por exemplo, onde furar uma banana para que ela não caia, tiveram que ser “ensinadas” ao robô.

“Isso nos motivou a criar um movimento angular, que aumentou significativamente a taxa de sucesso de itens macios”, disse à Fast Company Gilwoo Lee, um estudante de doutorado em ciência da computação, e parte do projeto.

Com esses dados no software, o robô conseguiu distinguir 12 frutas e verduras, entre eles maçã, banana, brócolis, couve-flor e morango. Além disso, ele também consegue identificar uma boca aberta, concluindo qual é o momento certo para entregar a comida.

Os pesquisadores sabem que a nova tecnologia substitui a interação social que as pessoas teriam com um ajudante, por exemplo. O robô ainda tem algumas barreiras técnicas também, como corte de alimentos, mas que já está em desenvolvimento. Eles também têm trabalhado para que o braço robotizado aprenda a pegar outras comidas e outros movimentos, como enrolar macarrão.

O robô foi desenvolvido com equipamentos já existentes, e apesar de os pesquisadores não terem intenção de comercializar, a tecnologia já está aí.

FONTE: ÉPOCA