Espaçonave ficou presa entre a fiação durante o desenrolar de um satélite experimental modular do Instituto de Tecnologia da Califórnia.
Em janeiro de 2023, o Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) lançou a missão SSPD-1 (sigla em inglês para “Demonstrador de Energia Solar Espacial”). Ao chegar à órbita, a espaçonave enfrentou problemas durante a implantação de um satélite modular.
Segundo um comunicado do Caltech, os engenheiros tiveram que se virar rapidamente depois que o equipamento ficou preso entre a fiação durante o desenrolar do chamado Experimento Composto Ultraleve Implantável em Órbita (DOLCE).
Um vídeo divulgado no canal oficial da instituição no YouTube mostra a correção que permitiu que o satélite finalmente fosse implantado.
A missão SSPD-1 foi projetada para demonstrar como implantar satélites modulares no espaço. A esperança é que, um dia, uma constelação inteira de máquinas semelhantes esteja pronta para fazer ciência na órbita do nosso planeta.
Como foi o salvamento do satélite
O primeiro passo foi ajudar o satélite a aquecer com a luz solar. Depois, a equipe começou a mover o emaranhado. No entanto, o deslocamento não foi fácil, mesmo depois de aquecida a espaçonave.
“Parte da estrutura ficou bloqueada sob o mecanismo de implantação, algo que nunca havia sido visto em testes de laboratório”, diz o comunicado dos engenheiros do Caltech. “Usando imagens das câmeras DOLCE, a equipe conseguiu reproduzir esse tipo de bloqueio no laboratório e desenvolveu uma estratégia para consertá-lo”.
Segundo a nota, a solução exigia forçar os atuadores do DOLCE a vibrar a estrutura do satélite e, finalmente, desafogar o congestionamento.
Diante desses problemas enfrentados na missão experimental, os projetistas já sabem que os futuros satélites deverão ser ainda mais robustos, já que a equipe já sabe os tipos de falhas que podem aparecer, segundo o colíder e professor do Caltech, Sergio Pellegrino.
E a melhor notícia é que o satélite foi salvo com sucesso! “O processo de solução de problemas nos deu muitos novos insights e nos concentrou fortemente na conexão entre nossa estrutura modular e as barras diagonais”, disse Pellegrino. “Desenvolvemos novas maneiras de combater os efeitos do autopeso em estruturas ultraleves implantáveis”.
Após ser implantado, o satélite coletou energia solar por mais de 240 dias usando três novos tipos de painéis não testados anteriormente no espaço. A expectativa é produzir em massa essas células no futuro para tornar a energia solar menos dispendiosa, já que os painéis projetados para o espaço são normalmente 100 vezes mais caras do que suas contrapartes da Terra, por necessitar de proteção extra contra radiação e microgravidade.
FONTE:
https://olhardigital.com.br/2024/01/22/ciencia-e-espaco/resgate-espacial-video-mostra-salvamento-de-satelite-enrolado/