Para executivas das big techs, o futuro já está batendo na porta

No HSM Expo, presidentes de Microsoft, IBM, SAP e Stefanini discutiram como podemos nos preparar para a iminente revolução tecnológica

Na tela, uma lista com várias tecnologias que estão surgindo e formando o cenário tecnológico do presente e futuro, como internet das coisas, inteligência artificial e blockchain. Ana Paula Assis, presidente da IBM na América Latina, sentiu falta de uma. “Uma que eu senti falta, que acho que vai ser uma grande habilitadora, é o 5G,” disse.

Com tantas novas tecnologias reestruturando a indústria mundial, é fácil se esquecer de algumas. Por isso, as grandes empresas de tecnologia buscam ser líderes na transição para essa nova era digital. No HSM Expo 2019, uma mesa redonda com executivas das big techs no Brasil debateu as melhores maneiras de ajudar nessa transformação no país.

“Capacitar, capacitar e capacitar,” disse Tânia Cosentino, presidente da Microsoft no Brasil. Segundo ela, a janela de capacitação está cada vez menor. O que antes demorava 40 anos para acontecer agora acontece em 10. “Temos uma urgência para requalificar a força de trabalho,” completou.

O aprendizado é uma barreira forte. Segundo Assis, certas habilidades e conhecimentos, hoje em dia, têm prazo de validade curto. Ela cita estudo do World Economic Forum que estima que a em 3 anos, 40% do conhecimento na área ficará obsoleto. O impacto, portanto, é imenso.

“Nosso papel como líderes é facilitar e viabilizar essa necessidade de adaptação pela qual as pessoas terão que passar,” disse Assis. “100% das profissões serão afetadas.”

Para Mônica Herrero, presidente da Stefanini Brasil, a mudança começa na educação básica. “A mudança (de mentalidade e cultura) começa na nossa base educacional,” disse. “Não adianta só focar no ensino superior, a gente tem que olhar nossas bases e como a gente forma nossas pessoas.”

Empresas humanas

Em uma conversa sobre tecnologia, o aspecto humano pode ficar em segundo plano. Cristina Palmaka, presidente da SAP no Brasil, acredita que a relação entre tecnologia e as pessoas é uma via de duas mãos.

“A tecnologia é só um meio. Quem vai ser capaz do que a gente faz com tecnologia são as pessoas,” afirmou. “Também precisa de muita mais tecnologia para deixar as empresas mais humanas.”

“A tecnologia é só uma base para tudo o que a gente vai enfrentar daqui para frente,” adicionou Herrero. “O mais importante é como nós seres humanos vamos lidar com isso tudo.”

O papel nessa relação, segundo o painel, parte da liderança. “Tem que começar liderando pelo exemplo,” concluiu Herrero. “Se a gente fala que todo mundo tem que se capacitar, começa pela gente.”

FONTE: ÉPOCA