Kevin Weil, VP de produto da Calibra, falou dos planos para o futuro da carteira digital do Facebook e de sua criptomoeda, a Libra, no Web Summit
Ao enviar um e-mail, não importa se o seu provedor é o mesmo do destinatário. Também não há custos pelo envio e o recebimento, é na mesma hora. O Facebook deseja tornar esse cenário possível também para transações financeiras, por meio de sua carteira digital Calibra.
“Há pessoas que guardam suas economias e aposentadoria em casa porque não têm acesso aos serviços financeiros – eu acredito que podemos tornar o mundo um lugar melhor”, afirmou.
O Facebook tem encontrado grandes obstáculos em sua jornada. Reguladores de todo o mundo têm discutido o poder que a empresa de tecnologia ganharia com a adoção em massa destes serviços financeiros. Alguns de seus parceiros, como PayPal, Mastercard e Visa, deixaram de apoiar o projeto após a repercussão negativa. “Só iremos lançar quando tivermos aprovação regulatória e estamos comprometidos com isso”, disse Weil. A expectativa é que a Libra e Calibra sejam lançados 2020.
O executivo vê como positivo o escrutínio que a empresa tem sofrido recentemente pelos órgãos de regulamentação. Para ele, a questão é de alinhamento – e os dois lados da moeda estão preocupados com os mesmos fatores, como a prevenção de lavagem de dinheiro, por exemplo. “Queremos que seja ainda melhor e mais seguro do que os serviços que já usamos”, conta.
Um fator influenciador para a questão regulatória é a falta de confiança devido aos escândalos recentes – como o uso indevido de dados por empresas terceiras – do Facebook.
“Eu acredito que a Calibra será a melhor opção de carteira digital para as pessoas, mas há quem não irá querer usar os serviços financeiros do Facebook, e está tudo bem. Nós faremos o possível para criar um grande produto e nos comprometemos a separar os dados de suas redes sociais dos dados financeiros da Calibra”, justifica o vice-presidente de produto.
O fato de a Libra ser um código aberto permite que outras empresas colaborem e desenvolvam suas próprias carteiras digitais para a criptomoeda. “Quando pedimos por dados, seremos bem claros no que iremos usar. Iremos permitir que as pessoas mudem para outros provedores – se não estiverem felizes, é só transferir o dinheiro e trocar”, explicou.
E o Instagram?
Por enquanto, o Facebook não discute a possibilidade de realizar transferências monetárias também no Instagram, preferindo focar em seus aplicativos de mensagens. “Um casal já possui uma conversa no celular, por que não enviar dinheiro por lá? Deveria ser instantâneo e de graça, por isso estamos fazendo isso”, disse Weil. No entanto, ele não descarta a possibilidade de trazer a novidade ao aplicativo de fotos e vídeos no futuro.
FONTE: STARTSE