O que você precisa saber antes de comprar uma impressora 3D

É inegável que essa tecnologia está em constante evolução, mas alguns detalhes precisam ser considerados. Entenda!

Você já deve ter se questionado: “será que dá para ter uma impressora 3D em casa ou no escritório?”. A resposta é sim, e pode até ser um modelo nacional. Mas alguns direcionamentos importantes precisam ser levados em consideração antes de mais nada. Afinal, como funciona uma impressora 3D?

A teoria é simples. Primeiro, precisa-se de um desenho, feito em computador com as três dimensões de um sólido geométrico: altura, largura e comprimento. Pode ser um brinquedo, um enfeite para a casa, um acessório como chaveiro ou porta-retratos. Ou até projetos bem mais complexos como casas, próteses e foguetes.

Para o desenho, é necessário um software de edição em 3D, como Sketch Up, Blender ou AutoCad. Existem outros, inclusive fornecidos pelos fabricantes de impressoras. Entretanto, vale lembrar que trabalhar com esse tipo de programa requer especialização na área. Exatamente por isso, existem sites, como ThingiverseMy Mini Factory e Yobi 3D, que disponibilizam desenhos até gratuitos para que você só tenha o trabalho de imprimir, já que para criar essa imagem é necessário muito estudo e bons cursos específicos de modelagem.

Desenho em mãos, agora sim, basta enviar o arquivo para a impressora 3D, que vai transformá-lo em uma peça sólida. Mas você deve estar se perguntando:

Que modelo de impressora 3D é possível comprar?

Depende do que você quer imprimir. Existem as consideradas amigáveis, as sofisticadas e as que facilitam o encaixe de peças. E para o mercado em geral, apenas os modelos FDM são apropriados. Entenda!

Amigáveis, uso liberado

O formato FDM de impressora 3D começou a ser produzido no início dos anos 1990 e apresenta uma tecnologia mais acessível. São ideais para você ter no seu trabalho para imprimir objetos com materiais fáceis de usar. Por isso, essas máquinas são consideradas muito amigáveis, podendo ser instaladas em escritórios de design, por exemplo.

Sofisticadas, indicadas para empresas específicas

A primeira impressora 3D comercial foi uma SLA, lançada em 1986. A tecnologia é a preferida das joalherias devido ao alto grau de precisão e acabamento das superfícies. É também a mais cara atualmente. Objetos impressos não podem ser utilizados imediatamente, pois exigem pós-cura para reforçar sua estrutura.

Boas de encaixe, apenas para empresas especializadas

Já a tecnologia de SLS foi desenvolvida e patenteada por Carl Deckard e Joe Beaman, da Universidade do Texas, em 1980, com patrocínio do Departamento de Defesa dos EUA. As peças produzidas com essa tecnologia são ideais para encaixes.

Mas atenção, não se pode ter uma dessas em casa ou no escritório. As impressoras SLS precisam de ambientes especiais, pois produzem eventualmente resíduos tóxicos.

Onde e como comprar uma impressora 3D amigável?

Primeiramente, veja se você tem condições de operar uma impressora 3D. É preciso investir e ter tempo para trabalhar com ela, além de conhecimentos de eletrônica. Vale lembrar que o modelo para se ter em casa só pode ser um: o tipo FDM.

Em e-commerces e marketplaces bem conhecidos, você facilmente encontra diversos modelos à venda. O preço varia conforme o modelo, mas nenhum sai por menos de dois mil reais.

A 3D da Nasa está entre as marcas importadas mais conhecidas, mas não tão barata. Entre as opções de melhor custo estão a FDM e brasileira Stella 2, que oferece também acessórios e opções de matéria-prima para a impressão.

Quer apenas comprar objetos impressos em 3D?

Não quer ter uma impressora em casa, mas se interessa por objetos produzidos por essas máquinas 3D. Tudo bem! Existem diversas marcas no mercado que já disponibilizam os mais variados itens impressos em 3D. No Google Shopping tem item que não acaba mais.

Os grandes desafios das impressoras 3D

Embora tecnologias de impressão em 3D não sejam novas, sua evolução é constante. Cada vez são criadas máquinas maiores, mais sofisticadas e precisas. E com usos sempre mais abrangentes. Entre os grandes desafios do setor está imprimir itens como casas, próteses e até foguetes.

Na China, por exemplo, a Winsun imprime casas em 3D em apenas 24 horas.

No Brasil, a Urban 3D, startup brasileira da empreendedora Anielle Guedes, também propõe revolucionar a construção civil. O projeto combina impressão 3D e robótica para construir habitações de baixo custo. A economia é de 80% em relação aos sistemas convencionais de construção.

A impressão 3D também tem nicho interessante na medicina, imprimindo próteses de extrema precisão. A brasileira Wishbox tem produtos bastante interessantes. Entre os destaques uma prótese de mão funcional impressa para Fábio Bilarva, que perdeu a mão aos três anos de idade.

Até foguetes estão entre os projetos relacionados a impressora 3D. A empresa norte-americana Relativity Space levantou US$ 35 milhões (R$ 119 milhões) para construir e lançar foguetes impressos.

Mas do que são feitos esses objetos impressos?

Gostou do assunto e ficou curioso em saber do que são feitos esses objetos todos? Bem isso depende do tipo de impressora. No lugar dos cartuchos de tinta, outras matérias-primas são utilizadas. Conheça os três tipos de impressoras 3D existente no mercado.

Modelagem por Fusão e Depósito (FDM)

São os modelos mais simples e fáceis de usar. Como matéria-prima, se utilizam de filamentos plásticos de vários tipos. Após aquecimento e derretimento, eles são depositados, como uma massa de bolo, camada por camada, até a reprodução do objeto. Você define a “resolução” da imagem, que é o número de camadas a ser usado. Quanto mais camadas, mais finas serão, melhor a qualidade, e maior o tempo de impressão, que varia de minutos a várias horas.

Sinterização Seletiva a Laser (SLS)

A SLS é um processo um pouco diferente, porque em vez de depositar uma camada de cada vez utiliza raio laser para esculpir os objetos. Essa impressora 3D usa uma espécie de pó extremamente fino, que pode ser de plástico, metal ou outros materiais.

Depois de enviar o modelo do objeto desejado, o usuário preenche a câmara de impressão com o pó. Em seguida, um laser de altíssima potência é projetado no pó; o material entra em fusão, criando uma camada. Um rolo aquecido passa sobre toda a superfície de impressão, cobrindo a camada recém criada com mais pó e gerando uma nova camada uniforme. Depois disso, o laser cria nova camada e o processo se repete até que o objeto esteja completamente pronto.

Ao final, se remove o excesso de pó com um jato de ar comprimido ou escovas próprias para esse fim. O material que sobra pode ser reutilizado mais tarde, e o desperdício é mínimo, muito sustentável. A qualidade do objeto, assim como o tempo de impressão, variam conforme o tamanho e a definição do item, escolhidos previamente.

Estereolitografia (SLA)

Na SLA, o software da impressora fatia o modelo em centenas de camadas. Um recipiente precisa ser preenchido com um líquido especial, uma espécie de resina plástica que pode ser “curada” com luz ultravioleta.

Um laser é projetado na superfície do líquido, que se solidifica somente naquele ponto. Depois a plataforma central desce um pouco — exatamente o espaço necessário para que a próxima camada seja criada — e o líquido cobre tudo novamente. O processo continua assim até o final. Com a peça pronta, é preciso remover o excesso de líquido e posicioná-la dentro de um forno ultravioleta, que serve para completar o processo de cura dos plásticos.

Máquinas SLA podem criar modelos complexos e resistentes de maneira relativamente rápida. Mas são mais caras e o preço do litro da resina plástica líquida é alto. Então, o processo de fabricação equivale a um investimento mais elevado do que o de outros modelos.

Crescimento contínuo do segmento

A indústria 3D cresce sem parar. O negócio movimentou US$ 5,1 bilhões (R$ 17,3 bilhões) em 2016, e vem crescendo 30% ao ano. Aqui no Brasil, esse mercado praticamente dobra a cada ano. Hoje, são menos de um milhão de impressoras em atividade, mas a previsão é de que serão 6,7 milhões em 2020.

Por falar em indústria 3D, o Facebook também vem apostando no formato. Agora, as marcas já podem compartilhar conteúdos 3D na rede social. Continue navegando aqui no Vivo Tech para entender essa tendência de consumo.

FONTE: VIVO TECH