O Banco da Amazon

O assunto vai e volta. Nas últimas semanas, de novo, surgiram especulações e análises sobre uma possível entrada da Amazon em serviços bancários.
Um dos estudos cita que o gigante do ecommerce estaria em busca de um banco para firmar uma parceria que lhe permitisse oferecer contas correntes e diversos outros produtos financeiros aos seus clientes. Desta forma, fugiria da rígida regulamentação do segmento e evitaria o impacto negativo em sua estrutura de capital. Um número apenas seria suficiente para viabilizar a operação: a migração de parte das vendas hoje realizadas por cartão de crédito para débito em conta corrente. Isto geraria uma economia de cerca de 250 milhões de dólares por ano.
Outros analistas acreditam que a Amazon poderá entrar neste mercado de forma mais agressiva, criando seu próprio banco do zero e mirando usuários que deixam de comprar no site por não terem acesso a serviços financeiros básicos (conta corrente ou cartão de débito e crédito). Neste caso, estaria de olho numa receita adicional para a plataforma de ecommerce. Como vantagem competitiva em relação aos incumbentes, estaria o custo de atendimento, uma vez que não teria agências físicas e o relacionamento seria direcionado para o Alexa, o robô doméstico inteligente. Estima-se que o custo de atendimento atualmente represente 40% dos custos totais de um banco de varejo norte-americano.
Os dois caminhos são muito diferentes. Na primeira opção, não há impacto na estrutura de capital da empresa, não há esforço de adequação à regulamentação, o time-to-market é mais rápido, porém os produtos podem ser mais limitados e as margens, menores. Na segunda opção, com uma licença bancária própria, há necessidade de imobilização de capital, maior investimento, menor time-to-market, entretanto a experiência do usuário poderá ser mais completa.
Difícil dizer que caminho a Amazon escolherá. Mas não é difícil imaginar que sua atuação em serviços financeiros não está longe de se tornar uma realidade.
FONTE: O ESTADÃO