Número de e-commerces em atividade no Brasil cresce 16,5%; maioria é operada por apenas uma pessoa

Pesquisa da BigDataCorp mapeou mais de 23 milhões sites brasileiros e identificou a existência de 1,9 milhão de comércios eletrônicos; veja outros insights do levantamento.

Com menos força no ritmo de vendas do que no ápice da pandemia, entre 2020 e 2021, o e-commerce voltou a crescer em número de lojas. Atualmente, são mais de 1,9 milhão de sites de comércio eletrônico no Brasil, 16,5% a mais do que em 2022, de acordo com a décima edição da pesquisa anual realizada pela empresa BigDataCorp. Naquele ano, o avanço tinha sido de 2% em relação a 2021. “É uma retomada importante do ritmo de crescimento”, avalia Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp.

Os dados tratados na “Perfil do E-Commerce Brasileiro” foram coletados até 30 de setembro de 2023 e divulgados nesta quinta-feira (25/1). O estudo utilizou uma amostra de 23 milhões de sites brasileiros. De acordo com a empresa, apenas 8% de todos os endereços são e-commerces.

Oito em cada dez e-commerces (75,6%) trabalham com mídias sociais. Embora o Facebook ainda seja a plataforma mais utilizada (49%), o TikTok vem ganhando espaço mais rapidamente. A rede social da ByteDance saltou de 1,2% de participação, em 2021, para 14% em 2023. “O crescimento do TikTok tem a ver com um espaço deixado por outras redes, como o Instagram”, diz Rodrigues.

E-commerces menores cresceram mais

O avanço mais significativo foi observado nos e-commerces menores, com um faturamento de até R$ 5 milhões por ano. Hoje, eles representam 87,5% do total, contra 2,7% de grandes sites. Os médios representam 9,8%.

Lojas que oferecem produtos e serviços por menos de R$ 100 já são maioria (72,3%). Por outro lado, e-commerces com itens acima de R$ 1 mil tiveram uma queda acentuada de 2022 a 2023, passando de 20,5% para 15% do total. Grande parte (68,4%) dos e-commerces brasileiros oferece até 10 tipos de produtos.

Cerca de 73,5% dos e-commerces brasileiros são familiares, e 86% têm menos de dez funcionários. Quase metade (45,7%) é gerida por apenas uma pessoa.

De acordo com Rodrigues, o e-commerce passou a se destacar como uma alternativa para quem perde o emprego ou precisa de um complemento de renda. Dessa forma, as demissões em massa protagonizadas por empresas de tecnologia e startups ao longo de 2023 podem ter contribuído para esse crescimento. “Muitos desses e-commerces individuais são de nicho, que atendem a um público específico”, diz o executivo.

Marketplaces mantêm relevância

A proporção de negócios puramente digitais cresceu, em comparação àqueles que nasceram derivados de estabelecimentos físicos. Hoje, sites que também operam com lojas físicas correspondem a 16,5% do total – em 2022 eram 19%.

Marketplaces, por outro lado, se mantêm relevantes para a propagação dessas lojas virtuais. O número de e-commerces que atuam em pelo menos um marketplace cresceu 61% nos últimos dois anos, saltando de 14,8% para 23,8%.

Bastidores do e-commerce brasileiro: consolidação e mais segurança

O estudo identificou que o mercado de plataformas de construção de sites caminha para uma consolidação. O número de opções disponíveis caiu de 200, em 2022, para 167 neste ano. A acessibilidade ainda é um entrave, embora o percentual de sites com essas características tenha crescido de 0,06% para 1,3% em 2023.

Por outro lado, o estudo identificou uma maior preocupação das empresas de comércio eletrônico com segurança e ampliação das formas de pagamento. De acordo com o estudo, 89% dos sites utilizam certificados SSL (Secure Sockets Layer), que são uma camada de segurança que criptografa os dados transacionados entre consumidor e loja online. Uma parcela de 65,8% aceita carteiras digitais como pagamento.

Outro ponto que chamou a atenção foi a “reconcentração geográfica” dos e-commerces. “Em anos anteriores víamos diminuir gradativamente a participação de empresas sediadas em São Paulo e crescer a entrada de outras regiões, mas agora [São Paulo] voltou a crescer”, diz Rodrigues. De acordo com ele, questões logísticas e de infraestrutura impulsionam o estado, que concentra pouco mais de 50% das lojas virtuais brasileiras.

FONTE:

https://revistapegn.globo.com/negocios/noticia/2024/01/numero-de-e-commerces-em-atividade-no-brasil-cresce-165percent-maioria-e-operada-por-apenas-uma-pessoa.ghtml