Novo método pode remover rastros de satélites em fotos do Hubble

Astrônomos criaram uma nova ferramenta, que tem alta sensibilidade para identificar rastros de satélites e raios cósmicos em fotos do telescópio Hubble.

As imagens do telescópio Hubble podem apresentar rastros de satélites e de raios cósmicos, mas agora, um novo método pode ajudar a removê-los. Astrônomos do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial (STSCcl), nos Estados Unidos, desenvolveram uma ferramenta de alta sensibilidade para a identificação e remoção destes artefatos, que acabam registrados ao longo das exposições do telescópio.

Hoje, há quase 8 mil satélites artificiais orbitando a Terra. Segundo pesquisadores da instituição, os satélites deixam rastros nas imagens do telescópio entre duas e quatro horas, e estes rastros aparecem como arranhões em filmes fotográficos, causados pela luz refletida pelos satélites.

Cerca de 10% das exposições do Hubble contêm rastros dos satélites, mas como são bem finos, eles afetam menos de 0,5% de uma única exposição do telescópio. Por outro lado, eles não são os únicos artefatos que aparecem nas imagens: os astrônomos precisam lidar também com raios cósmicos registrados pelos detectores do telescópio, que deixam marcas ainda maiores que as dos satélites.

Os membros do instituto criaram uma forma de contornar o problema. “Criamos uma nova ferramenta para identificar rastros de satélites que é uma melhoria do software anterior, porque é muito mais sensível”, explicou Dave Stark, do STScl. Segundo ele, o novo recurso pode identificar e remover os rastros com mais eficiência.

As observações científicas do Hubble são, na verdade, combinações de várias exposições do mesmo alvo observado — é por isso que o rastro de um satélite pode aparecer em uma imagem, mas não na outra, feita depois. Assim, Stark e outros cientistas criaram um software que identifica onde há pixels com problemas e até onde afetam a imagem.

Depois de encontrá-los, eles conseguem recuperar o campo de visão completo por meio da combinação dos dados de todas as exposições. Eles testaram a nova ferramenta para identificar rastros de satélites observados pela câmera Advanced Camera for Surveys (ACS), instrumento com mais amplo campo de visão no telescópio.

Ela é afetada não somente pelos satélites, mas também pela radiação espacial, que deixa rastros próprios; felizmente, ambos podem ser facilmente identificados em cada exposição. “Podemos não apenas identificá-los, mas eles [os rastros] não afetam a maioria dos pixels nas imagens individuais do Hubble”, explicou Stark.

Como o novo software analisa a luz em trajetórias retas, ele faz com que os rastros dos satélites se destaquem nas imagens transformadas, mesmo que tivessem brilho bem fraco nos resultados originais. “Nossa nova aplicação é uma nova ferramenta que vai nos ajudar a conseguir o melhor de cada exposição do Hubble”, finalizou ele.

Os resultados foram apresentados durante a 242º reunião da Sociedade Astronômica Americana.

FONTE: https://www.terra.com.br/byte/ciencia/espaco/novo-metodo-pode-remover-rastros-de-satelites-em-fotos-do-hubble,2c131993e3d555b5adcba2994f0644f34h8drd5q.html