Ninguém se entende na carga dos elétricos

A criação de padrões a nível mundial é considerada essencial para facilitar a expansão dos veículos elétricos, permitindo até uma redução nos seus custos. Mas a Europa, América do Norte, China e Japão apostam em sistemas diferentes, o que está a criar apreensão…

Recentemente foi notícia a criação de uma joint-venture entre as marcas germânicas e a Ford para uma rede de carga rápida a nível europeu, numa tentativa de criar padrões continentais para o abastecimento de veículos elétricos. Algo que se explica pelo desejo existente, por parte dos vários fabricantes, em tornar o seu sistema de carregamento o mais escolhido a nível mundial. Com a Tesla, os europeus e os japoneses a apostarem em formatos diferentes, e também ao verificar-se a opção por soluções distintas nas várias regiões do mundo, a adoção de um sistema a nível global é uma preocupação crescente.

A questão é pertinente para os fabricantes, pois quem ganhe a “corrida ao ouro” no carregamento dos veículos elétricos fica em grande vantagem. Além do conhecimento superior sobre o processo de carga em relação aos rivais, é preciso referir ainda que os perdedores vão deitar fora milhões de euros/dólares/ienes em pesquisas e serão obrigados a estudar a nova solução a implementar nos seus carros. Os suíços do banco IBS estimam que para acompanhar o crescimento do mercado das motorizações alternativas será preciso um investimento de 290 mil milhões de euros durante os próximos oito anos em todo o mundo, mas se for preciso estar a criar diferentes tipos de carregadores o valor será, expectavelmente, superior.

Na Europa, América do Sul, Austrália, África e quase toda a Ásia a opção CCS (Combined Charging System, por combinar cargas AC e DC numa só tomada) foi para o designado Type2/Combo2 com uma fase e três fases AC. Este sistema é diferente do CCS Combo 1 (SAE J1772)do território norte-americano e utiliza conetores diferentes. Para adensar o problema a entrada DC é diferente nos dois sistemas e, além disso, os nipónicos apostam no CHAdeMo e os chineses estão a implementar o GB/T.

Para tentar resolver esta questão, a CharIN (Charging Interface Initiative) lançou um pedido para que sejam estabelecidos padrões para um só formato de carregador. Os requisitos referidos são:

  • Carga Máxima a 350kW (contra os atuais 200kW)
  • Voltagem de 1000 V e um máximo de 350 Amperes (atualmente 200 A)
  • Sistema DC 50kW e AC 43kW nas infraestruturas de carga
  • Arquitetura elétrica integrada para todos os cenários relevantes de carga AC/DC
  • Um só formato de carregador e tipo de carregador AC/DC para reduzir os custos totais
  • Uma modalidade única no módulo de comunicação para carga AC/DC, à rede de energia elétrica (PLC) e outros serviços
  • Comunicação de última geração através do ‘HomePlug GreenPHY que permita a integração V2H (veículo para casa) e V2G (veículo para a rede)

FONTE: TURBO