Mercado de luxo investe em holografia, bracelete inteligente e até em nariz artificial

ARYBALLE, O NARIZ ARTIFICIAL QUE ANALISA UM DETERMINADO CHEIRO POR MEIO DE UMA CENTENA DE SENSORES BIOQUÍMICOS. (FOTO: FELIPE MAIA/ÉPOCA NEGÓCIOS)

Terra de Louis Vuitton, Chanel e Givenchy, a França é inconteste terra do luxo. Segundo a consultoria Bain & Company, as vendas desse setor em solo francês devem chegar ao valor de 300 bilhões de euros em 2020. Na Viva Technology, encontro de inovação em Paris, esse mercado não foi esquecido.

Denominada “The Future of Luxe”, a seção ocupa um quadrante com cerca de vinte startups francesas e internacionais na feira. Boa parte dos aparelhos são wearables, mas há também gadgets para vinhos ou malas inteligentes.

Um sistema holográfico é o que mais chama atenção no pedaço. Desenvolvidos pela empresa francesa Orbis, os aparelhos criam ilusões ópticas simples e cativantes. Segundo os criadores, o POP3, uma caixa, usa uma técnica de refração em 45 graus. O Paper Ghost, por sua vez, tem uma hélice que dispara imagens por meio de lâmpadas de LED.

Os dois modelos já estão disponíveis no mercado. Segundo um dos diretores da empresa, a maior procura vem de lojas que buscam alternativas para vitrines e outros pontos de exposição. A versão “caixa” custa dois mil euros (8,4 mil reais) e a versão “ventilador” custa 3,5 mil euros (14,7 mil reais).

A holografia da Orbis chamou atenção durante a Viva Technology (Foto: Divulgação)

A HOLOGRAFIA DA ORBIS CHAMOU ATENÇÃO DURANTE A VIVA TECHNOLOGY (FOTO: DIVULGAÇÃO)

A startup coreana Sgnl também trouxe ao evento um dispositivo com cara de filme — no caso, James Bond. O aparelho que leva o nome da companhia é um relógio que transfere frequências sonoras do punho ao ouvido. Conectado ao celular via Bluetooth, ele permite fazer chamadas telefônicas com um dedo tocando a orelha.

O gadget também pode ser encontrado na forma de bracelete que se acopla a um relógio comum. O projeto está em fase de crowdfunding no Kickstarter. A previsão é que o bracelete chegue ao mercado norte-americano ainda neste ano. O valor desse primeiro modelo deve girar em torno de 350 dólares.

Outro projeto que atrai muitos curiosos é o Aryballe, um sistema de medição de odores. Um dispositivo que funciona como um nariz artificial analisa um determinado cheiro por meio de uma centena de sensores bioquímicos. Uma “impressão digital” dessa substância é criada e comparada com uma base de dados de aromas da empresa.

Segundo seus criadores, a ideia é que outras companhias possam usar o aparelho para validar matéria-prima ou verificar a procedência de alguns produtos. “Se a Dior tem um laboratório em São Paulo, por exemplo, a identidade bioquímica de uma fragrância pode ser enviada da França para lá”, explica Julien Venturin, diretor de negócios da startup.

O Sgnl é um relógio e bracelete no estilo James Bond (Foto: Felipe Maia/Época NEGÓCIOS)

O SGNL É UM RELÓGIO E BRACELETE NO ESTILO JAMES BOND (FOTO: FELIPE MAIA/ÉPOCA NEGÓCIOS)

FONTE: ÉPOCA