Jovens manifestam preferência por veículos elétricos e soluções de partilha, sempre num registo de liberdade de escolha.

O número de cartas de condução entre os jovens caiu para metade nos últimos dez anos, nos Estados Unidos. Um claro sinal de que algo está a mudar nas novas gerações e que possuir um automóvel está longe de ser a prioridade dos millennials.

Isso mesmo ficou evidente no painel da tarde, “A visão dos jovens”, composto por estudantes estrangeiros a residir em Portugal, que partilharam as suas ideias sobre mobilidade, sob a moderação da diretora da “Notícias Magazine”, Catarina Carvalho, e da professora do Instituto Superior Técnico (IST) Patrícia Baptista.

Por enquanto, os transportes públicos ou as bicicletas partilhadas são consideradas adequadas, mas quando chegar a vez de ter ou partilhar um automóvel, a regra entre os participantes é a preferência por um veículo elétrico, pelo seu reduzido impacto ambiental.

Mesmo assim, há quem não se contente em saber que o seu veículo é elétrico, considerando que o que faz sentido é que a fonte de alimentação do carro seja, também, de uma energia limpa. A mesma preocupação é estendida às baterias de lítio, que suportam a mobilidade elétrica e que, num cenário de utilização massiva, também podem trazer problemas no plano da sua sustentabilidade ambiental.

“Estamos sempre à procura de uma solução tecnológica, mas já chegámos à conclusão de que o comportamento é a chave da mudança, isso e a educação das pessoas”, resume a professora do IST Patrícia Baptista.

Numa época em que viajar entre países está à distância de um clique e se perde a noção de distância, isso não pode deixar de interferir na noção de mobilidade, admitem. Mas se todos reconhecem que hoje os jovens viajam muito mais do que no passado recente, também admitem que “provavelmente no futuro não precisaremos de nos mover tanto para trabalhar ou comunicar com os outros”, pela crescente digitalização da economia, pelo teletrabalho e novas funcionalidades dos smartphones.

“Mesmo assim, só porque posso trabalhar, encomendar comida ou livros sem sair de casa, isso não quer dizer que não continuemos a optar por sair para estar com pessoas”, diz uma das jovens estudantes, para logo acrescentar que “o importante é que gostamos de ter a opção”.

Liberdade de escolha será, pois, o menu da mobilidade do futuro.

FONTE: JORNAL DE NOTÍCIAS