Investigadores de Coimbra ajudam a criar impressora de objetos metálicos com seis eixos de movimento

Norberto Pires, da Universidade de Coimbra, coordenou o projeto de desenvolvimento de uma nova geração de impressoras 3D

Os mentores do projeto recordam ainda outra faceta inovadora desta nova geração de impressoras 3D industriais: a possibilidade de levar a cabo simulações em tempo real e em paralelo com a impressão de componentes de grande dimensão

Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e do Instituto Tecnológico para a Indústria da Noruega (SINTEF) desenvolveu um novo conceito de impressora de objetos metálicos de grandes dimensões que não está limitada aos três eixos de movimento (largura, comprimento e profundidade). O futuro dispositivo pode executar diferentes peças em seis eixos de movimento – o que pode contribuir para o aumento de desempenho e precisão na produção de objetos, recorrendo a diferentes posições e ângulos de impressão.

O projeto já despertou o interesse da gigante da metalurgia Tata Steel, informa um comunicado da FCTUC. Os investigadores da Universidade de Coimbra estimam que, para avançar do ponto de vista empresarial, o projeto necessite de cerca de dois milhões de euros.

 A impressora 3D de nova geração já levou a equipa luso-norueguesa a constituir «um consórcio que junta centros de investigação da Universidade Nova de Lisboa e de várias universidades da Alemanha, Áustria, Espanha e Noruega, bem como empresas de diferentes ramos de atividade. No âmbito do consórcio foi já submetido um projeto à União Europeia», explica o comunicado da FCTUC.

Os mentores do projeto recordam ainda outra faceta inovadora desta nova geração de impressoras 3D industriais: a possibilidade de levar a cabo simulações em tempo real e em paralelo com a impressão de componentes de grande dimensão. O que pode facilitar a deteção de falhas no momento em que a impressora se prepara para produzir um novo objeto.

«A simulação simultânea, que abrange diversas variáveis e parâmetros (dureza, temperatura, mudanças de fase no material, etc.), permite corrigir de imediato qualquer anomalia que possa surgir. Atualmente, a impressão é realizada por tentativa/erro até se obter os parâmetros desejados», recorda em comunicado Norberto Pires, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da FCTUC que coordenou o projeto.

FONTE: EXAME INFORMÁTICA