Inovações tecnológicas auxiliam no convívio com o diabetes

Novos recursos são facilitadores para o uso contínuo de insulina e inteligência artificial pode suspender a medicação em casos de hipoglicemia

Diversos estudos e pesquisas são fundamentais para que os avanços na área médica sejam contínuos e promissores. Algumas novidades na saúde, como as bombas que permitem um sistema de infusão contínuo de insulina acopladas a sensores que avaliam a variação da glicose, podem beneficiar as pessoas que possuem diabetes, facilitando não apenas o controle da doença, mas também a qualidade de vida.

Indicado em especial para pacientes do diabetes tipo 1, a bomba de insulina para monitorização contínua é um grande passo para o controle do diabetes. “Como é um tipo da doença que requer o uso contínuo de medicação, com doses múltiplas de insulina, e que exige um controle mais rigoroso, a bomba é uma ótima solução pois simula melhor a secreção de um pâncreas normal e traz comodidade para o paciente”, explica a Dra. Suzana Vieira, endocrinologista da Clínica Holus.

Para as famílias com crianças ou adolescentes que possuem diabetes, o Sistema de Infusão Contínua de Insulina (SICI), via bomba, é muito recomendado devido à alta precisão e segurança e por ficar junto ao corpo do paciente, programado para injetar insulina contínua e em bolus no organismo, dando liberdade de que o paciente reestabeleça seus horários e funções, que com as múltiplas doses de insulina pode haver alguma limitação.

Esta tecnologia também dá maior tranquilidade em relação a uma possível crise de hipoglicemia noturna. O modelo mais recente do sistema “conversa” com o sensor de glicose e caso preveja a queda abaixo de um nível de segurança pré-definido, automaticamente bloqueia a próxima dosagem de medicação. “É uma das grandes preocupações dos pais que a criança ou o adolescente diabético tenha uma crise noturna que não seja facilmente notada, pois com a pessoa dormindo os sintomas ruins da hipoglicemia não são perceptíveis. E esse é um quadro grave e pode trazer grandes complicações”, reforça Suzana.

Dentre as vantagens de utilizar o sistema, além do controle da hipoglicemia já citado, estão pontos como a melhoria da qualidade de vida, o controle preciso da glicemia, ajuste das atividades diárias, simulação da ação do pâncreas, ajuste temporário de taxas basais para momentos como de prática de atividade física, redução do número de aplicações, sendo uma picada para administração de insulina a cada dois ou três dias para a troca do cateter, entre outros.

“É um meio muito interessante para obter um gráfico contínuo das variações da glicose do paciente e a monitorização da glicose acaba oferecendo mais dados para o ajuste das doses de insulina”, complementa. Dra. Suzana reforça ainda que estas soluções também são muito indicadas para gestantes que possuem diabetes para que possam ter mais tranquilidade na gestação. “Infelizmente ainda são opções de alto custo no mercado e que não são acessíveis a todos, mas a expectativa é que possa ser viável a médio prazo para mais famílias”, afirma a endocrinologista.

Dra. Suzana Vieira é graduada pela Faculdade de Medicina da UFPE possui Residência Médica e Doutorado em Endocrinologia pela USP. Atua como endocrinologista no SUS e na Clínica Holus, onde também é diretora médica. É membro ativa da Endocrine Society colaboradora do Slow Medicine Brasil, apoiadora da iniciatival Choosing Wisely. Para saber mais sobre o seu trabalho, acesse www.drasuzanavieira.med.br e a página da @drasuzanavieira no Facebook.

FONTE: SEGS