Inovações e patentes sustentáveis

Para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e construir nosso futuro precisamos repensar a forma como vivemos, trabalhamos e nos divertimos. Tecnologias empresas, em todo o mundo, têm contribuído para esse repensar. O resultado vemos na forma de patentes que impulsionam o progresso em direção aos ODS e capacitam a inovação para um futuro sustentável.

Entre os preparativos para a celebração do Dia Mundial da Propriedade Intelectual, em 26 de abril, que esse ano tem como tema “PI e os ODSs: Construindo nosso futuro comum com inovação e criatividade”, a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) lançou o relatório “Mapping Innovations: Patents and the Sustainable Development Goals“, reunindo dados cruciais sobre o impacto da Propriedade Intelectual (PI) no avanço dos esforços globais de sustentabilidade.

O estudo fornece uma medida quantificável do capital intelectual investido em cada ODS, revelando as tendências mais recentes em patentes. O objetivo? Capacitar decisores políticos e de negócios – e os inovadores – a fazerem escolhas baseadas em dados, alocar recursos de forma eficaz e promover a colaboração em áreas onde as contribuições criativas são mais necessárias. A análise de patentes dá a nítida noção das lacunas existentes e aponta para onde mais recursos precisam ser direcionados para P&D.

Quase uma em cada três invenções está relacionada com os ODS (31,4% das famílias de patentes ativas em todo o mundo). Indústria, Inovação e Infraestrutura lidera em termos do maior número de patentes (2,9 milhões de famílias ativas), abrangendo eletrônica, manufatura e materiais. Já Clima e Energia Limpa e Acessível mostram tendências ascendentes ligeiramente mais fortes em comparação com a maioria dos outros ODS. Um reflexo, talvez, da crescente consciência e preferência dos consumidores por alternativas mais limpas, sugerem os analistas.

Outros destaques do estudo revelam:

  • 100 categorias tecnológicas relevantes para os ODS, abrangendo domínios como energias renováveis, transportes, agricultura e dispositivos médicos. Elas estão distribuídas em 35 campos tecnológicos, agrupados em cinco setores: Engenharia Elétrica, Instrumentos, Química, Engenharia Mecânica e Outros campos.
  • Todos os setores tecnológicos apresentaram um crescimento de dois dígitos na percentagem de patentes relacionadas com os ODS nos últimos 20 anos. O de engenharia elétrica vem crescendo em um ritmo mais rápido que os demais.
  • A atividade de patentes relacionadas com os ODS tem crescido em todo o mundo, mas a China apresenta um aumento exponencial nos pedidos de patentes nos últimos anos.
  • No panorama acadêmico e de pesquisa, a Universidade da Califórnia e a Academia Chinesa de Ciências têm o maior número de patentes relacionadas com os ODS.
  • Já entre a iniciativa privada, Samsung, Toyota, Bosch, Hyundai e Panasonic são as TOP5 entre as 100 maiores proprietárias de patentes com contribuições para a inovação sustentável.

Ainda segundo o relatório, uma terceira onda de pedidos de patentes está ganhando força: a para tecnologias de células de combustível em geral. Inventores baseados no Japão têm a maior contribuição para todas as tecnologias, com a maior participação nas áreas de PEMFCs e células a combustível de óxido sólido (SOFCs). E inventores chineses têm a maior contribuição para limalhas relacionadas com membranas alcalinas e reciclagem de células de combustível.

A ideia de mapear as patentes para os ODS surgiu da exploração da LexisNexis sobre como poderia fornecer fontes de dados alternativas para a indústria financeira. “Vimos os tópicos ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG) e sustentabilidade como vetores para identificar padrões e estratégias interessantes que poderiam orientar o potencial de investimento futuro”, explica Marco Richter, Chefe Global de Sucesso do Cliente da LexisNexis Intellectual Property Solutions. Em julho de 2023, a LexisNexis lançou seu primeiro relatório global sobre os ODS, Explorando o cenário global de inovação sustentável: as 100 melhores empresas e além. Vale conferir!

FONTE: The Shift