HM Engenharia aumenta eficiência em obras de baixa renda com uso de drones

A incorporadora trouxe do Vale do Silício o Site Scan, plataforma da 3DR para análise de terrenos e acompanhamento de obras

HM Engenharia, subsidiária do grupo Mover (antigo Camargo Corrêa) com foco em moradia para o mercado de baixa renda, iniciou um processo de renovação e inovação em 2017. A chegada dos diretores executivos Sylvia Blanco e Mauro Bastazin promoveu uma transformação cultural interna e ampliou a procura por novas tecnologias. Neste sentido, os líderes decidiram ir ao Vale do Silício, nos EUA, buscar inspiração no principal ecossistema de inovação em construção no mundo.

 Em novembro de 2018, Sylvia e Mauro embarcaram com a StartSe na Missão Construtech ao Vale. “Achamos que iríamos encontrar um mercado pouco aderente ao nosso negócio”, revela a executiva. “Para nossa surpresa, vimos uma série de tecnologias aplicáveis, que poderiam ser adotadas de maneira rápida”. Três meses depois, a HM Engenharia já iniciou operações com três novas tecnologias – entre elas, o Site Scan, software da empresa 3DR para voos com drones, coleta e análise de dados.

Drones à obra

Apesar de a empresa já utilizar drones antes da ida ao Vale, uma plataforma completa como é o Site Scan levou a tecnologia para outro patamar. De acordo com Daniel Oliveira, analista de projetos técnicos da HM, o software é usado, hoje, em duas etapas da construção: avaliação de terrenos para prospecção (estudo de viabilidade) e acompanhamento de obras.

Na prospecção, os operadores dos drones programam o voo de forma antecipada pelo Site Scan. O veículo, então, faz a captação de imagens de forma automática, fornecendo uma topografia “muito mais precisa que a do Google”, de acordo com Daniel.

Rodrigo Penha, superintendente de obras da HM Engenharia, afirma que o uso da ferramenta para prospecção de terrenos é prático e traz ganhos em eficiência. “Na hora de fazer a análise do terreno, o responsável já vai com o voo programado e não atrasa em nada a rotina. Ganhamos tempo e com precisão muito maior”, diz.

Na prática, realizar um estudo de viabilidade mais preciso e mais rápido pode ser decisivo na hora de fechar o negócio. A equipe de engenharia da HM revelou a StartSe que houve casos em que um terreno seria descartado pelo estudo tradicional, mas, segundo os dados coletados e processados pelo Site Scan, o terreno mostrou-se viável e foi incorporado.

Sylvia Bianco ainda ressalta que, no caso estudos de altimetria, por exemplo, os bons profissionais cobram cerca de R$ 30 mil e têm filas de terrenos para realizar o trabalho – algo que o Site Scan consegue fazer com uma programação rápida a um custo marginal, já que o software já foi contratado. “A questão de custo e de timing para concretizar o negócio é muito importante”, explica. “No nosso mercado, é ainda mais fundamental, porque trabalhamos com o segmento de baixa renda. Eu não posso gastar mais nesta etapa inicial, e nem cometer um erro estudo que vai aumentar o preço de cada unidade no fim”.

Na etapa de acompanhamento de obras, os maiores ganhos com a nova tecnologia são acelerar processos e diminuir deslocamentos. No caso de uma divergência entre os responsáveis pela obra, ao invés de ser necessário que todos vão ao local para discutir a melhor solução, eles podem acessar remotamente todas as imagens e os dados necessários pela plataforma Site Scan, até alcançar um consenso. “Aumenta muito a produtividade, porque toda a parte de inteligência pode ser feita a distância, concentramos isto no escritório”, explica Daniel Oliveira.

Adoção de novas tecnologias

Embora o Site Scan seja uma ferramenta intuitiva e que simplifica processos, a 3DR encontrou algumas barreiras – especialmente em questão da língua – quando vendeu o produto para empresas brasileiras. “Tivemos alguns early adopters no Brasil e percebemos que estávamos tendo algumas dificuldades para implementar as melhores práticas da tecnologia”, afirma Alex Brown, executivo de vendas da empresa norte-americana.

Neste cenário, a 3DR realizou uma parceria com a consultoria Smart Sky. Ela auxilia empresas na adoção dos softwares e acompanha o andamento das operações com produtos da norte-americana. Foi exatamente por conta deste modelo que, em apenas três meses, a HM Engenharia foi da primeira visita à 3DR com a StartSe até colocar o Site Scan em prática.

“Primeiramente, achamos que ia ser bem complexo”, afirma Rodrigo Penha. “O que facilitou muito foi a consultoria da Smart Sky. Nos mostrou que não precisaríamos de superpilotos de drone, que é possível programar o voo antes. Durante a operação, não tivemos grandes obstáculos”.

Os diretores executivos Sylvia e Mauro concordam que trazer inovação para a empresa já está gerando os primeiros frutos – e, por isso, querem continuar inovando. “O próximo passo é transformar o projeto todo para 3D. É a evolução do trabalho que estamos fazendo, e vai gerar ainda mais produtividade para as obras”, diz Mauro. “Mesmo em um mercado muito conservador, que é o de construção – especialmente focado em baixa renda – dá para mudar a mentalidade no dia a dia”, completa Sylvia.

FONTE: STARTSE